21 setembro 2018

Oração



Desde a aurora da Tua existência
até ao Teu crepúsculo humano sigo-Te
confiando no dia em que não haverá mais noite.

Não me sinto apostolo porque peco muito...
por palavras, atos e omissões, no entanto,
peço à Virgem Maria que rogue por mim a Deus Nosso Senhor.

Sei que a Tua vinda não foi pelos justos, mas pelos doentes,
nem pelos que têm saúde, mas pelos pecadores,
e ser justo ou saudável, nada disso sou...

18 setembro 2018

Viático


Há algumas semanas na RTP Açores, transmitiram uma reportagem sobre a tela que dei o titulo, da autoria de Domingos Rebelo e que se encontra exposta no Museu Carlos Machado em Ponta Delgada.


A explanação que foi feita, muito elucidativa e interessante, tendo inclusivamente sido dito que o pintor sabia muito sobre o tema, isto é, as coisas presentes na tela, refletiam o que a igreja usava/usa nestas situações.


A dada altura focaram a imagem abaixo e pareceu-me que transmitia algo mais do que apenas o objeto em si, tendo em conta os conhecimentos que o pintor tinha.


Como não consegui encontrar na net esse detalhe, solicitei ao Museu a referida imagem, a qual desde já agradeço a partilha.

Depois de olhar com mais calma, reparei que efetivamente (para mim) esse detalhe transmitia mais do que apenas o objeto. Dei-me conta que o pintor deveria ser devoto de Nossa Senhora ou Deus assim O quis, uma vez que a chama da vela é uma representação nítida de Nossa Senhora de mãos postas em oração.


Depois de olhar mais uma vez, noto ainda mais um pormenor interessante. A lanterna para a vela tem 4 cantos, talvez uma maneira de mencionar os quatro evangelhos.


Obviamente que isto é o que os meus olhos veem, talvez outros não reparem.


17 de setembro de 2018

09 setembro 2018

Promessas…


Nestes dias milhares de peregrinos rumam ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, na freguesia de Serreta.
Isoladamente ou em grupo, iniciam a sua caminhada, seja pelas Laudes, Terça, Sexta, Nona, Vésperas ou Completas em direção à Sua e Nossa Mãe Maria Santíssima.
Alguns vão num ritmo desportivo, outros em passeio e alguns com o terço na mão, mas todos eles com o mesmo fim.
Vão de todas as idades ou estratos sociais. Nestes dias não há novos nem velhos, ricos ou pobres. Naturalmente os menos novos ou aqueles que não conseguem fazer caminhadas mais longas, também lá vão agradecer.
Alguns vão descalços, outros realizam o percurso dentro do Santuário de joelhos até aos degraus que antecedem a mesa do Altar, e outros ainda levam velas, mas todos eles com a roupa colada ao corpo da transpiração e suor, pelos sacrifícios que fizeram para ali chegarem. Outros ainda, não escondem as dores que passaram, sejam musculares ou algumas bolhas que foram aparecendo nos pés.
Tirando as celebrações litúrgicas, reina algum silêncio apropriado para a meditação, recitação do terço e devoção a Nossa Senhora dos Milagres. A noite cai, mas mesmo assim a vigília continua ininterruptamente.
Muitas pessoas poderão dizer que este tipo de piedade, dita popular é antiquado e que o ser Cristão é muito mais do que isto mas, “mesmo que fale todas as línguas, tenha o dom da profecia ou distribua todos os meus bens”, se não tiver amor[1], de que serve?

Ali todos eles se ajoelham depois da caminhada, para pagarem as promessas que lhe fizeram.



[1]  1ª Coríntios 13 -1,3