Nestes dias milhares de
peregrinos rumam ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, na freguesia de
Serreta.
Isoladamente ou em grupo,
iniciam a sua caminhada, seja pelas Laudes,
Terça, Sexta, Nona, Vésperas ou Completas em direção à Sua e Nossa Mãe
Maria Santíssima.
Alguns vão num ritmo desportivo,
outros em passeio e alguns com o terço na mão, mas todos eles com o mesmo fim.
Vão de todas as idades ou
estratos sociais. Nestes dias não há novos nem velhos, ricos ou pobres.
Naturalmente os menos novos ou aqueles que não conseguem fazer caminhadas mais
longas, também lá vão agradecer.
Alguns vão descalços, outros realizam o
percurso dentro do Santuário de joelhos até aos degraus que antecedem a mesa do
Altar, e outros ainda levam velas, mas todos eles com a roupa colada ao corpo da transpiração e suor, pelos
sacrifícios que fizeram para ali chegarem. Outros ainda, não escondem as dores
que passaram, sejam musculares ou algumas bolhas que foram aparecendo nos pés.
Tirando as celebrações litúrgicas,
reina algum silêncio apropriado para a meditação, recitação do terço e devoção
a Nossa Senhora dos Milagres. A noite cai, mas mesmo assim a vigília continua ininterruptamente.
Muitas pessoas poderão
dizer que este tipo de piedade, dita popular é antiquado e que o ser Cristão é
muito mais do que isto mas, “mesmo
que fale todas as línguas, tenha o dom da profecia ou distribua todos os meus
bens”, se não tiver amor,
de que serve?
Ali todos eles se ajoelham
depois da caminhada, para pagarem as promessas que lhe fizeram.