30 novembro 2017

Beijo de Judas


Na Quaresma e mais propriamente na Semana Santa, em termos de leituras bíblicas, ouvimos a passagem do beijo de Judas1, entregando-O para ser crucificado. Por norma, apenas se fala neste contexto, no entanto, e há semelhança de outras passagens bíblicas, nas quais o sacerdote para além de as ler e enquadrar naquele tempo, também faz alguma analogia com o tempo atual e como se revelam essas leituras nos nossos dias, esta pouco ou nada é enquadrada, pelo menos que me lembre. Faz algum sentido, tendo em conta o tempo litúrgico, confesso, no entanto há dias veio-me há ideia essa imagem e o seu contexto nos dias de hoje.

Não querendo ser mais do que um mero leigo, que é o que sou, de uma maneira mais alargada, um beijo de Judas para mim é um ato de aparente amizade mas que na verdade é prejudicial a quem o recebe, e não passa pelo beijo no sentido literal, mas sim pelas atitudes, palavras e atos. Quantas vezes, entre colegas de trabalho, entre amigos, na família, mesmo no seio da igreja, entre outras situações no dia a dia, somos alvo de um beijo semelhante?

Muitas vezes seguramente…

Melhor seria que o meu colega, o meu amigo, o meu familiar ou um irmão em Cristo, me fira contando a verdade a meu respeito para que possa mudar, do que o meu inimigo me beije, desejando o meu fracasso porque, os golpes do amigo são letais, mas os beijos de um inimigo são enganadores.2


  
30 de novembro de 2017
1 Mt 26:47-50; Mc 14: 43-45; Lc 22: 47-48
2 Pr 27, 6