12 abril 2006

A propósito da Páscoa


Mateus 26, 14-25

Judas Iscariotes, um dos doze discípulos, foi perguntar ao chefe dos sacerdotes:
"Quanto é que me dão se eu vos entregar Jesus?"
E eles deram-lhe trinta moedas de prata. A partir de então Judas começou a procurar a melhor ocasião para o entregar.
No primeiro dia da festa dos pães sem fermento, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-lhe:
"Onde queres que te preparemos a ceia da Páscoa?" Jesus respondeu que fossem à cidade, a casa de um certo homem, e dissessem: "O Mestre manda-te este recado: A minha hora está a chegar! É em tua casa que eu vou celebrar a Páscoa com os meus discípulos."
Eles fizeram o que Jesus mandou e prepararam a ceia da Páscoa. Ao cair da noite, quando Jesus estava sentado à mesa a comer com os doze discípulos, afirmou solenemente: "Um de vocês vai atraiçoar-me."
Eles ficaram muito tristes e começaram a perguntar-lhe, um por um: "Serei eu, Senhor?"
Jesus respondeu: "Aquele que molhou o pão no prato juntamente comigo, esse é que me vai atraiçoar. Na verdade o Filho do Homem vai morrer, tal como está previsto na Escritura a respeito dele, mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser atraiçoado. Seria melhor para esse homem não ter nascido!"
Então Judas, o traidor, perguntou assim: "Serei eu, Mestre?"
E Jesus respondeu: "Tu o disseste!"

2 comentários:

Anónimo disse...

Você não anda atento às notícias.
Afinal, Judas não foi um discipulo maldito. Muito pelo contrário. Se não viu o documentário que passou no canal National Geographic, pode ler o artigo (do Público)que se segue.




Novo evangelho reabilita figura de Judas Iscariotes
RITA SIZA, washington


Achado é desvendado esta noite em emissão especial do canal por cabo National Geographic

Porque é que Judas Iscariotes traiu e denunciou Jesus de Nazaré aos romanos? A questão atormenta os católicos e alimenta o sentimento anti-semita desde os primórdios do Cristianismo. Agora, o reaparecimento de um manuscrito com mais de 1700 anos oferece uma nova luz sobre os acontecimentos que precipitaram a captura e posterior crucificação de Jesus. O Evangelho de Judas, uma cópia em copta de um texto do século II atribuído a um grupo cristão gnóstico, apresenta uma versão radicalmente diferente da ligação entre Jesus e Judas, que é retratado como o discípulo preferido a quem é confiada a missão de salvação de Cristo. O texto apresentado em Washington na quinta-feira é desvendado esta noite, às 21h00, numa emissão do canal por cabo National Geographic, Especial Segredos da Bíblia: O Evangelho Proibido de Judas.
"Este é o relato secreto da revelação que Jesus confiou em segredo a Judas Iscariotes três dias antes da Paixão", principia o Evangelho de Judas, um documento do qual existiam apenas referências verbais que remontam a 180 d.C. O Evangelho de 13 páginas está contido num códice que foi desenterrado nos anos 70 das areias de El Minya, no Egipto, e que esteve fechado em cofres e até num frigorífico até ser confiado à Fundação Mecenas para a Arte Antiga da Suíça.
Um complexo e avultado processo de reconstituição patrocinado pela National Geographic Society confirmou a veracidade do documento, um genuíno exemplar da literatura apócrifa cristã do ano 300. Como repetiram os vários académicos convidados a analisar e comentar o Evangelho, a descoberta do texto não implicará qualquer reescrita da História - o relato confirma, como muitos outros documentos da antiguidade cristã, as acções do discípulo de Jesus. Mas abre a porta à reabilitação daquela que é uma das mais intrigantes e mal-amadas figuras do Cristianismo.

Discípulo favorito
"Aqui Judas não é o malvado, corrupto, perverso e quase demoníaco seguidor de Jesus que trai o seu mestre; é, pelo contrário, o mais íntimo e próximo amigo de Jesus, aquele que conhecia e compreendia Jesus melhor do que qualquer outro e que apenas denunciou Jesus às autoridades porque essas foram as suas instruções", sublinha Bart Ehrman, director do departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte.
"Tu excederás todos os outros. Pois tu sacrificarás o homem que me veste", escrevem os autores (desconhecidos) do Evangelho de Judas. O documento descreve conversas em que Jesus revela a Judas Iscariotes as verdades do mundo - o caos, o cosmo, os anjos, a criação da humanidade -, reforçando a ideia de que aquele era o discípulo predilecto e o único capaz de compreender o seu mestre. "Afasta-te dos outros e eu dir-te-ei todos os mistérios do reino. É possível alcançá-los, mas sofrerás muito", diz Jesus. O Evangelho aborda ainda o desprezo dos outros discípulos: "Numa visão, vi-me no meio dos doze discípulos, que me perseguiam e apedrejavam", descreve Judas. "Serás amaldiçoado pelas outras gerações -, mas acabarás por governar sobre elas", responde Jesus. Nenhum dos textos canónicos, nomeadamente os quatro evangelhos do Novo Testamento, oferece uma explicação consistente para a traição de Judas: Mateus, Marcos, Lucas e João interpretam de maneiras diferentes o mais enigmático episódio da Paixão de Cristo, apontando a ganância ou a influência do demónio como as razões que levaram Judas a denunciar Jesus às autoridades romanas. Agora, o Evangelho de Judas avança a predilecção de Jesus, e a devoção do seu discípulo, como os motivos que estão por trás da traição.
"A descoberta do Evangelho de Judas é um excitante avanço arqueológico que nos permite compreender melhor o mundo do início do Cristianismo", considera Donald Senior, professor de Estudos do Novo Testamento em Chicago. "Mas não rivaliza com os outros evangelhos e escritos canónicos nas suas considerações teológicas e históricas", acrescenta.

Paulo disse...

Obrigado pela atenção e realmente vi o documentário. Aqui apenas transcrevi uma passagem da biblia, sem qualquer alteração face às novas surgidas.