06 fevereiro 2016

Dicotomia existencial



A grande maioria das fotografias, mesmo sendo “um apanhado”, quase sempre nos mostra apenas uma faceta, aliás, uma faceta ou um modo de estar ou ser da pessoa. Desde que me foi enviada esta fotografia e depois de a ver com calma, cheguei sempre há mesma conclusão. Esta transporta-me para uma dicotomia existencial ao nível espiritual da fé que tenho e professo.

Por um lado ou vertente, nesta caminhada peculiar mas muito bela e simples, na qual participo como um mero irmão romeiro, como os demais, assim como na minha vida, fora deste oásis no meio do deserto, o meu coração está quase sempre com a Sua e Nossa Mãe Maria Santíssima e daí, com a humildade possível, sinto que ela está sempre comigo, “atrás” de mim e encaminhando-me para Ele, como que a dizer-me:
“- Faz tudo o que Ele te disser.” 

Por outro ponto de vista, a minha cabeça e o meu olhar volta-se para trás, para ver se me afasto o mais possível das tentações com que o demónio diariamente me tenta seduzir, umas vezes óbvias e outras menos óbvias, quais lobos com pele de cordeiro, e são essas que mais me preocupam, mais me afligem, porque são essas tentações quase angelicais, mas no fundo demoníacas, que me podem fazer perder a ressurreição no derradeiro dia, mesmo crendo n`Ele.
Nesta fotografia onde mais do que o que é visível, o sentir a tal dicotomia existencial é mais forte, reparo que existe uma terceira faceta ou modo de estar que talvez me possa levar há salvação, assim queira Jesus Cristo dizer uma só palavra e eu sei que serei salvo. Refiro-me à confissão que sem me aperceber, em silêncio a faço:
“ (…) Por minha culpa, minha tão grande culpa (…)”
Assim, peço à Virgem Maria, aos Anjos e Santos e a vós, irmãos, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.

5 de fevereiro de 2016
Paulo Roldão

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