Na
Quaresma e mais propriamente na Semana Santa, em termos de leituras
bíblicas, ouvimos a passagem do beijo de Judas1,
entregando-O para ser crucificado. Por norma, apenas se fala neste
contexto, no entanto, e há semelhança de outras passagens bíblicas,
nas quais o sacerdote para além de as ler e enquadrar naquele
tempo,
também faz alguma analogia com o tempo atual e como se revelam essas
leituras nos nossos dias, esta pouco ou nada é enquadrada, pelo
menos que me lembre. Faz algum sentido, tendo em conta o tempo
litúrgico, confesso, no entanto há dias veio-me há ideia essa
imagem
e
o seu contexto nos dias
de hoje.
Não
querendo ser mais do que um mero leigo, que é o que sou, de uma
maneira mais alargada, um beijo
de Judas
para mim é um ato de aparente amizade mas que na verdade é
prejudicial a quem o recebe, e não passa pelo beijo no sentido
literal, mas sim pelas atitudes, palavras e atos. Quantas vezes,
entre colegas de trabalho, entre amigos,
na família, mesmo no seio da igreja, entre outras situações no dia
a dia, somos alvo de um beijo
semelhante?
Muitas
vezes seguramente…
Melhor
seria que o meu colega, o meu
amigo,
o meu familiar ou um irmão em Cristo, me fira contando a verdade a
meu respeito para que possa mudar, do que o meu inimigo me beije,
desejando o meu fracasso porque, os
golpes do amigo são letais,
mas os beijos de um inimigo são enganadores.2
30
de novembro de 2017
1 Mt
26:47-50; Mc 14: 43-45; Lc 22: 47-48
2 Pr
27, 6
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