Local onde de quando em vez, qual confessionário, deixarei algumas pegadas dos meus pensamentos Cristãos
21 dezembro 2007
Um Santo Natal
18 dezembro 2007
Nossa Senhora das 3 mãos
13 dezembro 2007
12 de Dezembro
Eu Te agradeço minha Nossa Senhora por mais uma vez me Teres ouvido e atendido ao pedido de um filho Teu. Amén
Só hoje é que dei conta do dia importante que foi o de ontem para Todos que crêem em Ti!
03 dezembro 2007
Não me quer dar alguma coisa para comer?
Agradecer as dádivas que tem derramado por sobre mim e por sobre os meus, ainda que muitas vezes, não O saiba agradecer e mesmo assim, “cramar” da vida que levo, com tantos irmãos em piores condições do que a minha.
Para além dos agradecimentos, Pedi-Lhe mais por mim e pelos meus que, pelos outros, mas também pedi por eles. Pedi-Lhe apoio, mesmo sabendo que se calhar não mereço. Pedi-Lhe amparo porque algumas vezes sinto-me desamparado, ainda que saiba que Ele me ampara naqueles momentos mais difíceis. Depois fiz o sinal da cruz e levantei-me.
Quando me levantei e voltei-me em direcção á porta, tinha um rapaz quase ao pé de mim, vestido normalmente, nem muito apresentado, nem mal vestido, normal, como eu e muitas outras pessoas, e fez-me a seguinte pergunta:
- Não me quer dar alguma coisa para comer? – Disse-o mas num tom de voz muito baixo, quase inaudível mas perceptível.
Naquele instante, pensei que ele queria dinheiro para tudo menos para comer, como pedia. Pensei que ele estava ali a pedir, aproveitando-se da “fraqueza” das pessoas que ali estavam a orar e “sensíveis” a este género de pedidos.
- Não tenho nada. – Respondi-lhe e continuei em direcção á saída.
Quando me benzi à saída, veio-me à “ideia” que se calhar não devia ter agido assim, que se calhar não devia fazer juízos de valor e que o rapaz, realmente queria dinheiro para comer e não para outras coisas, como inicialmente pensei. Mas o que realmente “mexeu” um pouco comigo foi pensar que, Pedi-Lhe apoio, Pedi-Lhe amparo e eu, neste gesto humano e irreflectido, voltei-Lhe as costas. Voltei-Lhe a um simples pedido que Ele me fazia e que apesar da vida não estar muito fácil, não era valor que não pudesse dar. Tanto que Ele me tem dado e eu, nem uma moeda tinha para Lhe saciar a fome.
Voltei para trás e esperei que o rapaz olhasse para não interromper as orações das restantes pessoas que ali se encontravam. Quando me viu fiz-lhe sinal e veio ao meu encontro. Pus a mão no bolso e tirei uma moeda que tinha e entreguei-lhe dizendo:
- Usa-o bem. Ao que ele me respondeu com um Obrigado.
Saí, mas saí de consciência tranquila porque, na verdade, quem sabe não terá sido Ele que estava ali à minha frente a pedir para comer?
21 novembro 2007
Pensamento
Esta pequena introdução porque, após o curso, vejo com regularidade junto do Sacrário algumas das pessoas que também estiveram no mesmo curso, a meditarem e a conversarem com Ele, mais ainda, todos eles dizem que vão para a Escola do Movimento em vez de ficarem em casa nas sextas-feiras à noite.
16 novembro 2007
Ajudar o próximo
“- Se calhar devia fazer mais alguma coisa, inserir-me em mais alguma coisa em prol do próximo!”.
Mas na verdade, estando integrado em duas situações, “antes poucas e bem do que muitas sem prestar”, penso já fazer a minha quota-parte.
O mais engraçado é que no meu serviço, nunca me tinha ocorrido que é mais uma situação onde ajudo o próximo, e se não estivesse atendo, vai-se lá saber o porquê, nunca me apercebia, mas passo a explicar.
Hoje pela manhã, estava eu no meu local de trabalho, como sempre obviamente, e ao atender um casal com um problema (como tantos outros, infelizmente) e depois de os ter ouvido e pensado o que a Lei permitia para o caso concreto (sim também tenho que trabalhar com Leis do homem), disse-lhes o que haviam de fazer para resolver esse problema (enorme para eles e para mim de resolução fácil, felizmente). No fim de preencher os papéis, meramente burocráticos, disseram-me:
- Muito obrigado pela ajuda que nos deu, não sabe o peso que nos tirou!
- Não tem de quê, estamos aqui é para isso, ajudar as pessoas. – Respondi.
12 novembro 2007
Mateus 25-40
07 novembro 2007
Cristo ressuscitado
Como também poderão ver, existe uma dualidade neste Cristo, por força da localização dos pontos de luz. Por um lado, o Cristo físico, ressuscitado, por outro, a sombra do Cristo que já foi crucificado.
06 novembro 2007
Eu e Cristo maioria absoluta
30 outubro 2007
Curso de Cristandade II
25 outubro 2007
Curso de Cristandade
22 outubro 2007
Pai Nosso por Lauro Trevisan
Sim, estás no Céu da mente de todo ser existente que sabe no céu viver...
És meu Pai, meu Paraíso, se eu ligar-me em teu poder.
SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME..
Porque o teu nome é sagrado está sempre bem guardado em todo Bem deste mundo.
Está no homem, na planta, na fera, na ave que canta, no céu ou no mar profundo
VENHA A NÓS TEU REINO.
O teu reino é a Verdade, e o amor de toda idade, e a alegria de viver...
É a saúde perfeita, e o prazer de quem aceita que tu estás em todo ser.
SEJA FEITA A TUA VONTADE
A tua santa vontade, e me dar felicidade, é me ligar só no Bem...
É me dar logo em seguida, as boas coisas da vida que eu desejo também.
ASSIM NA TERRA como no céu...
Deus está na matéria, porque Deus não é miséria porque Deus é perfeição.
Se meu corpo está doente, liga-me em Deus novamente e fico de novo são!
Assim na terra COMO NO CÉU...
A mente é um céu eterno, ou, então, o próprio inferno, que no início se traz.
Mas fazendo a tua vontade terei um céu de verdade, de harmonia, amor e paz.
O PÃO NOSSO DE CADA DIA...
O pão é a própria abundância que eu pedindo com instância, alcanço em qualquer lugar, hoje, amanhã, cada dia, porque o universo irradia tudo que eu mentalizar.
O pão nosso é a riqueza, saúde, emprego, salário, alimento, vestuário, terra que planto e que piso...
Pão nosso é paz, harmonia, amor e sabedoria, e tudo de que preciso.
NOS DÁ HOJE...
Foi na verdade por isto, que me ensinou Jesus Cristo: pede e tu receberás.
O que pedires ao Pai, se tua mente não sai, tu sempre conseguirás
Sei que em Ti não há castigo, pois sou eu mesmo que ligo o meu poder destruidor.
Quando entro em desarmonia eu produzo a avaria que me traz doença e dor.
ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO...
Eu entendi o sentido e sei que assim que se faz.
Quem perdoa como deve, tem a mente limpa e leve, tem saúde e vive em paz.
NÃO DEVEIS CAIR EM TENTAÇÃO...
Na tentação negativa de tudo aquilo que priva a gente de ser feliz.
Só ligo meu pensamento em Deus a todo momento, e Deus sempre me bendiz.
MAS LIVRAI-NOS DO MAL
O mal sou eu que o crio quando eu mesmo me desvio da Harmonia do Bem só quero, neste momento, entender que é o pensamento que cria tudo.
Amém
(Tenho este Pai Nosso em PPS, quem quiser, é só pedir.)
19 outubro 2007
18 outubro 2007
AS PROMESSAS DE NOSSA SENHORA PARA QUEM REZAR O ROSÁRIO
"Apeguem-se ao Rosário. Somente o Rosário pode fazer milagres no mundo e em suas vidas".
"A vossa força será a oração. Rezai o Terço todos os dias e espalhai-o, para que o mundo se converta e tenha paz"
"A todos os que rezarem, com constância, o meu Rosário, receberão graças especiais"
SEGUNDA PROMESSA
"Aos que rezarem devotamente o meu Rosário, prometo minha especial proteção e as grandes graças."
TERCEIRA PROMESSA
"Os devotos do meu Rosário serão dotados de uma armadura poderosa contra o inferno, pois conseguirão destruir o vício, o pecado, as heresias."
QUARTA PROMESSA
"Aos que rezarem devotamente o meu Rosário, prometo minha especial proteção e as grandes graças."
QUINTA PROMESSA
"Toda alma que recorre a mim, através da oração do Rosário, jamais será condenada."
SEXTA PROMESSA
"Todo aquele que rezar devotamente o Rosário e aplicar-se na contemplação dos mistérios da redenção, não será atingido por desgraças; não será objeto da justiça divina, através de castigos e não morrerá impenitente. Se for justo, permanecerá como tal até a morte."
SÉTIMA PROMESSA
"Os que realmente se devotarem à prática da oração do Rosário, não morrerão sem receber os sacramentos."
OITAVA PROMESSA
"Todos aqueles que rezarem com fidelidade o meu Rosário, terão durante a vida e no instante da morte a plenitude das graças e serão favorecidos com os méritos dos santos."
NONA PROMESSA
"Os devotos do meu santo Rosário que forem para o Purgatório, eu os libertarei no mesmo dia."
DÉCIMA PROMESSA
"Os devotos do meu Rosário terão grande glória no Céu."
DÉCIMA PRIMEIRA PROMESSA
"Tudo o que os meus fiéis devotos pedirem, através do meu Rosário, será concedido."
DÉCIMA SEGUNDA PROMESSA
"Aos missionários do meu santo Rosário prometo o meu auxílio em todas as suas necessidades."
DÉCIMA TERCEIRA PROMESSA
"Para todos os devotos do meu Rosário, eu consegui de meu Filho, a intercessão de toda a corte celeste, na vida e na morte."
DÉCIMA QUARTA PROMESSA
"Todos os que rezam o meu Rosário são meus filhos e irmãos de Jesus, meu unigênito."
DÉCIMA QUINTA PROMESSA
"A devoção ao meu Rosário é grande sinal de predestinação*."
* "Predestinação"(predestinados à salvação)
10 outubro 2007
Ser Cristão
- Porquê?
Porque sendo humano e pecador, não me sinto digno de Contigo falar, “cara-a-cara”, estar ali tão próximo como se fosse um apóstolo ou alguém mais...Cristão do que eu.”
03 outubro 2007
Pensamento pela manhã
02 outubro 2007
O que é um monge?
Em resumo, um monge é um "homem de Deus".
Uma vez que todos os homens foram criados por Deus para que o pudessem encontrar, todos são, de certo modo, chamados a ser "homens de Deus". Mas nem todos são chamados a ser monges. Um monge, portanto, é alguém chamado a se dar exclusiva e perfeitamente ao único necessário a todos os homens - a busca de Deus. A outros é-lhes permitido procurar a Deus por caminho menos direto, levar no mundo uma vida digna, fundar um lar cristão. O monge põe essas coisas de lado, embora possam ser boas. Dirige-se a Deus pelo atalho direto, "recto trámite". Retira-se do "mundo". Entrega-se inteiramente à oração, à meditação, ao estudo, ao trabalho, à penitência, sob o olhar de Deus. A vocação do monge se distingue até das outras vocações religiosas, pelo fato de que ele se dedica essencial e exclusivamente à busca de Deus, em lugar da busca das almas para Deus.
Encaremos o fato de que a vocação monástica tem tendência a se apresentar ao mundo moderno como um problema e um escândalo.
Numa cultura basicamente religiosa, como a da Índia ou a do Japão, o monge é, por assim dizer, coisa normal. Quando a sociedade inteira está orientada para além da busca meramente transitória dos negócios e do prazer, ninguém se espanta de que homens dediquem a vida a um Deus invisível. Numa cultura materialista, porém, fundamentalmente irreligiosa, o monge se torna incompreensível porque ele "não produz nada". Sua vida parece completamente inútil. Nem mesmo os cristãos têm sido isentes dessa ansiedade por causa da aparente "inutilidade" do monge. Estamos acostumados com o argumento de que o mosteiro é uma espécie de dínamo que, embora não "produza" a graça, consegue esse bem-estar espiritual infinitamente precioso para o mundo.
Os primeiros Pais do monaquismo não se preocupavam com tais argumentos, se bem que possam ter valor quando bem aplicados. Eles não sentiam que a procura de Deus fosse algo que necessitasse ser defendido. Ou, antes, viam que se os homens não tivessem, em primeiro lugar, consciência de que Deus deve ser procurado, nenhuma outra defesa do monaquismo adiantaria.
Deus deve, então, ser procurado?
A mais profunda lei no ser do homem é a necessidade de Deus, de vida. Deus é vida. "Estava nele a vida e a vida era a luz dos homens E a luz brilhou nas trevas e as trevas não a compreenderam" (Jo 1,4-5). Compreender a luz que no meio delas brilha é a maior necessidade que têm nossas trevas. Por isso, deu-nos Deus como seu primeiro mandamento: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças". A vida monástica nada mais é do que a vida daqueles que tomaram o primeiro mandamento com a maior seriedade, e, como diz São Bento, "nada preferiram ao amor de Cristo".
Mas quem é Deus? Onde está?
O monaquismo cristão é busca de alguma pura intuição do Absoluto? Um culto do Bem supremo? A adoração da Beleza perfeita e imutável? O próprio vazio de tais abstrações torna o coração frio. O Santo, o Invisível, o Todo-Poderoso é infinitamente maior e mais real do que qualquer abstração inventada pelo homem. Mas Ele próprio disse: "O homem não me pode ver e viver"(Ex 33,20). Entretanto, o monge persiste em exclamar com Moisés: "Mostra-me a Tua face"(Ex 33,13).
O monge, portanto, é alguém que procura tão intensamente a Deus que está pronto a morrer para poder vê-LO. Por isso é que a vida monástica é um "martírio" bem como um "paraíso"; uma vida ao mesmo tempo "angélica" e "crucificada".
São Paulo resolve, do seguinte modo, o problema: "Deus que disse: ‘Do seio das trevas brilhe a luz' foi quem fez brilhar sua luz em nossos corações, para que façamos brilhar o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Jesus Cristo" (2Cor 4,6).
A vida monástica é a rejeição de tudo que obstrui os raios espirituais dessa misteriosa luz. O monge é alguém que deixa atrás de si a ficção e as ilusões de uma espiritualidade meramente humana, para mergulhar na fé em Cristo. A fé é a luz que o ilumina no mistério. É a força que se apodera das íntimas profundezas de sua alma e o entrega à ação do Espírito divino. Espírito de liberdade. Espírito de amor. A fé o segura e, como outrora fez com os antigos profetas, "firma-o sobre seus pés" (Ez 2,2) diante do Senhor. A vida monástica é vida no Espírito de Cristo, vida em que o cristão se dá inteiramente ao amor de Deus que o transforma na luz de Cristo.
"O Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, ali está a liberdade. E todos nós que, com o rosto descoberto, refletimos como espelhos a glória do Senhor, nós nos transformamos nesta mesma imagem, cada vez mais resplandecente, conforme a ação do Senhor, que é espírito" (2Cor 3,17-18). O que São Paulo diz da vida interior de todo 0 cristão, torna-se, em realidade, o principal objetivo do monge vivendo em solidão no claustro. Procurando a perfeição cristã, procura o monge a plenitude da vida cristã, a inteira maturidade da fé cristã. Para ele, "viver é o Cristo".
Para estar livre da liberdade dos filhos de Deus, renuncia o monge ao exercício da sua própria vontade, ao direito à propriedade, ao amor do conforto e do bem-estar, ao orgulho, ao direito de fundar uma família, à faculdade de dispor do seu tempo como bem entender, a ir aonde quer e a viver conforme bem lhe parece. Vive só, pobre, em silêncio. Por que? Por causa daquilo em que ele crê. Crê na palavra de Cristo que prometeu: "Em verdade vos digo: Não há ninguém que tenha abandonado a casa ou os pais, ou os irmãos, ou a esposa, ou os filhos, por causa do reino de Deus, e que não receba muito mais no tempo presente, e, no século futuro, a vida eterna" (Lc 18,29-30).
O MONGE E O MUNDO
O mosteiro não é nem um museu, nem um asilo. O monge permanece no mundo que abandonou, e é, nele, uma força poderosa, embora oculta. Para além de todas as tarefas que poderão acidentalmente se ligar à vocação do monge, este age sobre o mundo pelo simples fato de ser monge. A presença dos contemplativos é para o mundo o que o fermento é para a massa, pois há vinte séculos o próprio Cristo declarou nitidamente que o Reino dos céus se assemelha ao fermento oculto em três medidas de farinha.
Mesmo sem nunca sair do mosteiro em que vive, nem pronunciar uma palavra ouvida pelos demais homens, está o monge inextricavelmente envolvido nos sofrimentos e problemas da sociedade a que pertence. Deles não lhe é possível escapar, nem ele o deseja. Não está isento de prestar serviço nas grandes lutas de seu tempo, antes, como soldado de Cristo, está designado para tomar parte nessa batalhas, combatendo no "front" espiritual, no mistério, pelo sacrifício de si próprio e pela oração. Isso ele faz unido a Cristo crucificado, unido também a todos aqueles por quem Cristo morreu. Está consciente de que o combate não está dirigido contra a carne e o sangue, e sim "contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos espalhados nos ares" (Ef 6,12).
O mundo contemporâneo está em plena confusão. Está atingindo o ápice da maior crise na história. Nunca, antes, houve tamanha reviravolta na raça humana inteira. Forças tremendas: espirituais, econômicas, tecnológicas e políticas estão em movimento. A humanidade se vê à beira dum abismo de nova barbaria; restam, todavia, ao mesmo tempo, possibilidades quase incríveis de soluções imprevistas, a criação de um mundo novo e de uma nova civilização, tal como jamais se viu.
Estamos enfrentando o Anticristo ou o Milênio; ninguém sabe dizer se um ou o outro.
Neste mundo em perpétua mutação, permanece o monge como baluarte de uma Igreja que não muda, contra a qual as portas do inferno não podem prevalecer. É verdade que a própria Igreja se adapta, porque é ela uma Corpo vivo, um organismo em constante crescimento. Onde há vida, tem de haver desenvolvimento. Na ordem monástica, também deverá manifestar-se adaptação, desenvolvimento, crescimento.
Diante de Deus, diante dos homens, diante do mundo de concupiscência, seu antagonista, está o monge carregado de tremenda responsabilidade, a responsabilidade de continuar a ser aquilo que seu nome significa: um monge, um homem de Deus. Não apenas alguém que abandonou o mundo, mas alguém capaz de representar Deus neste mundo que o Filho de Deus salvou pela morte na Cruz.
O mosteiro nunca poderá ser, simplesmente, o refúgio de uma arquitetura de falso estilo gótico, de cultura clássica, e de piedade convencional. Se o monge nada mais é do que um burguês bem estabelecido na vida, com os preconceitos e o bem-estar de um membro da classe média e a habitual mediocridade que daí deriva, descobrirá que sua vida não foi dedicada a Deus, e sim ao "serviço da corrupção", e desaparecerá com tudo que é efêmero.
Por outro lado, a vocação do monge proíbe-lhe descer à planície para tomar parte nas lutas que aí se travam. Só poderá considerar como tentações as opções que o mundo lhe oferece e as oportunidades de tomar posição em favor de uns ou contra outros. A vocação do monge chama-o exclusivamente ao que é transcendente. Está e deverá sempre se manter acima das facções humanas. Isso quer dizer que é susceptível de se tornar vítima de todas elas. Contudo, não deve renunciar à posição exclusivamente espiritual que lhe cabe, de maneira a proteger a própria pele ou ter um teto para si.
Todavia, nunca a vida monástica deverá ser de tal modo "espiritual" que chegue a impedir toda encarnação. Aqui também haveria infidelidade. O monge tem de permanecer real, e só o poderá ser mantendo-se em contacto com a realidade. Mas, para ele, a realidade está encarnada na Criação, obra de Deus, na humanidade, suas dores, suas lutas e seus perigos. Cristo, o Verbo, se encarnou de maneira a viver, sofrer, morrer e ressuscitar em todos os homens, libertando-os, assim, do mal, pela espiritualização do mundo material. O monge, portanto, permanece neste mundo em caos, mundo de carne em que ele e sua Igreja proclamam incansavelmente a primazia do espírito, mas fazem-no dando testemunho da realidade da Encarnação do Verbo. Para o monge, como para todo cristão, "viver é o Cristo". A comunidade monástica, já o vimos, vive da caridade e para a caridade, uma caridade que mantém a "lumen Christi", a luz de Cristo ardendo na escuridão de um mundo incrédulo. O mosteiro é um Tabernáculo em que o Altíssimo habita entre os homens, santificando-os e unindo-os a Si em seu Espírito. A comunidade monástica se dedica incansavelmente a todas as obras de misericórdia, em especial, às obras espirituais de misericórdia. Aos olhos do mundo, o mosteiro se ergue como incompreensível sacramento da misericórdia de Deus para com os homens. Incompreensível; portanto, incompreendido. Que há nisso de surpreendente? O próprio monge não consegue avaliar plenamente sua vocação; ainda menos pode ele compreendê-la. Contudo, a misericórdia de Deus está nele. Se assim não fosse, ele nada seria. Isso é algo que o monge não pode ignorar, se é verdadeiramente monge.
Se, em certo sentido, o monge se mantém acima das divisões da sociedade humana, não quer isso dizer que não lhe caiba um lugar na história das nações. Sempre teve e terá por vocação uma atitude de simpatia e compreensão para com todo movimento cultural e social que favoreça o desenvolvimento do espírito humano; por vocação, continuará a fazê-lo. Os beneditinos se celebrizam por seu humanismo, e ninguém ignora que os monges preservaram as tradições culturais da Antigüidade. Os monges serão sempre parte integrante de qualquer sociedade que favoreça a verdadeira liberdade, pois os próprios monges são centros de liberdade espiritual e transcendente. Como tal, o mosteiro representa, neste mundo, a caridade divina de que todas as liberdades e comunhões humanas nada mais são do que a sombra.
Por isso é que importa ao monge, acima de tudo, ser aquilo que seu nome significa: um solitário, alguém que, pelo desapego de tudo, se tornou "só". Mas, na solidão e no desapego, o monge está de posse duma vocação à caridade que atinge dimensões muito maiores do que a de qualquer outra. Pois aquele que tudo abandonou tudo possui, aquele que deixou a companhia dos homens permanece com todos pela caridade de cristo que nele vive, e aquele que renunciou a si próprio por amor a Deus é capaz de se dedicar à salvação de seus irmãos, com o poder irresistível do próprio Deus. "
Prólogo da Vida Silenciosa
27 setembro 2007
Oração
Sabe tão bem
Estar aqui junto a ti
E de joelhos no chão
Orar a Deus Pai
Por Tua intercepção
Sabes, minha Mãe
Dá-me uma paz tremenda
Quando aqui venho
E sentir
A alma cheia de nada
Mas vazia de tudo
O que por vezes
Me atormenta
Sabes, Mãe querida
Que quando aqui passo
Alguns minutos que sejam
Não estás sozinha
Nem o teu Filho amado
E eu
Um humilde pecador
Alguns minutos que sejam
Sinto-me elevado a Ti.
Paulo
25 de Setembro de 2007
18 setembro 2007
Romaria (saudade)
E com esta nova particularidade que o blogspot criou, aqui fica um video amador (pequeno por certo) realizado à meses, aquando da romaria que aqui na ilha terceira foi feita, após um interregno de umas décadas, longas por sinal, e na qual tive a graça de fazer parte, tendo durante os 4 dias partilhado uma vida de quase-eremita com os restantes irmãos, e na companhia de Jesus, Maria e José.
Achei-o inspirador para voos mais altos, da alma bem entendido, pelo facto de quase no escuro existir uma Luz constante misturada com os cânticos a Nossa Senhora. Ainda hoje ao ver e ouvir, um pequeno arrepio sobe-me pelas costas, de saudade desses dias e, peço a Deus que me ajude (e aos restantes Irmãos), para o ano que vem podermos novamente fazer mais uma caminhada de fé e esperança, onde o terço é uma constante e as orações e cânticos, pão e vinho para a alma.
Fiquem com Deus.
14 setembro 2007
Um calvário redentor
Por pensamentos pequei
Esvaziado estava eu de fé
E a Ela por auxilio implorei
Logo um anjo me socorreu
Nesta mutua caminhada
Que Deus lhe dê o que ele me deu
E que a nossa fé nunca seja abalada
Sou devoto de alma e coração
Da Nossa Senhora morena
Ao vê-La senti tamanha comoção
Na sua quietude serena
A Ela varias vezes recorri
Em momentos de aperto e aflição
Quando Lhe falo parece que sorri
E na alma sinto a sua protecção
07 setembro 2007
Pensamento no ar
Com as modernidades do dia-a-dia, há quem vá dizendo que o inferno é aqui na terra, e como tal, pensam que só lhes sobra o céu e o purgatório e, assim sendo, não é preciso “trabalhar a fé” em todas as suas vertentes.
Pessoalmente acredito que essas três hipóteses existem, na passagem desta vida para a outra e, como tal, modestamente vou trabalhando a fé da melhor maneira que sei, no intuito de ascender à vida eterna...mas isso só Deus sabe se serei merecedor.
Lembrai-vos, ó piíssima Virgem Maria, que jamais se ouviu dizer que algum daqueles que tem recorrido a vossa proteção, implorando o vosso auxílio, e reclamando o vosso socorro, fosse por vós desamparado. Animado, pois, com igual confiança, ó Virgem das virgens, como à Mãe recorro e de vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus, mas dignai-vos de as ouvir propícia e me alcançar o que vos rogo. À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém.
05 setembro 2007
O Terço (Roberto Carlos - Erasmo Carlos)
E para regresso das férias, nada melhor que esta letra, a qual vou ouvindo no carro pela manhã no cd, relembrando-me a romaria...quem sabe...
07 agosto 2007
Pensamento para um dia assim...
23 julho 2007
Agradecimento
Na verdade, aparentemente não foi outra coisa qualquer mas, também não foi um enfarto, assim agradeci-lhe e no dia seguinte lá fui à igreja da Agualva, a única aqui na ilha que a tem como santa padroeira, juntamente com a minha mulher e filho.
De joelhos com o terço na mão, rezei-lhe um terço em sinal de agradecimento, ao mesmo tempo que lhe olhava no rosto e parecia que me estava a escutar, aliás, penso que me escutou porque quando estava nas contas finais, o meu filho deu-me um beijo na cara, assim sem mais nem menos, e senti-o como se fosse Ela a agradecer-me.
19 julho 2007
7ete Maravilhas
A pedido da Maria João, mais como desafio obviamente, aqui ficam as minhas 7ete maravilhas:
Deus
Penso que para além do que poderia dizer, já está tudo dito.
A vida
Apesar de todas as intempéries desta vida terrena, é tão bom estar vivo e poder louvar a Deus por isso.
O meu filho
Para além de amar muito a minha mulher, penso que qualquer pai optaria, em situações de vida ou de morte, salvar o filho em primeiro lugar.
A minha mulher
Logo a seguir ao meu filho...
Avó
A minha, que faleceu há alguns anos, foi para mim, para além de um exemplo de vida a minha mãe.
Pai
O meu, obviamente, que não cheguei a conhecer como devia ser.
O mar
Fonte da vida, local de descanso e contemplação.
E passo este desafio às seguintes pessoas:
Malu
Elsa Sekeira
Rosa
16 julho 2007
O Mundo precisa (poema de intervenção)
De otorrinos da Alma
Para quem não ouve Jesus
O Mundo também precisa
De oftalmologistas do espírito
Para aqueles que não Te querem ver
O Mundo precisa ainda
De rezar muito
Rezar que nem porcos
O Mundo precisa mais ainda
De casais com Amor
E não apenas pelo Sexo
O Mundo precisa urgentemente
De um tsunami ou de um terramoto
Que inunda e mexa com o Homem
Para que este
Olhe para o Alto e não para o seu umbigo
Paulo
13 de Julho de 2007
12 julho 2007
A propósito de um Padre
Como não poderia ser tivemos a parte espiritual, onde o nosso guia espiritual e já Sacerdote, o “nosso Dinis” falou sobre a Sagrada Eucaristia de uma forma simples e ao mesmo tempo com “paixão” por aquilo que nos estava a transmitir, qual Jesus no meio do povo.
Confesso que, mês após mês, vou (e penso que os restantes irmãos também) gostando cada vez mais deste “novo” Padre, melhor dizendo, desta nova maneira de agir como padre, já que, no meu entender, o “nosso Dinis” para além de ser um padre exemplar, é uma pessoa que sabe falar sobre a Igreja de uma maneira tão peculiar que, todos os que o ouvem (mais letrados ou menos letrados) percebem o que por ele é dito. É uma pessoa que chega a todos e para além de se ver, sente-se que Vive a palavra de Cristo de uma maneira quase fervorosa, de uma paixão que não se vê muito nos dias que correm.
Confesso que, reunião após reunião, saiu delas cheio de tanto amor em Cristo como se, Ele, naquelas reuniões estivesse presente e personificado no Dinis alias, pensando bem, Ele está sempre presente mas, nestas reuniões e depois das palavras que brotam da sua boca, sinto-O de uma maneira diferente, especial…quase como se estivesse presente a Ele e não a um Sacerdote “qualquer”.
Ao irmão Dinis Silveira e agora Sacerdote, desejo tudo de bom na sua vida e que Cristo continue a agir nele como até agora tem agido porque, a sociedade em que vivemos precisa de pastores assim…
10 julho 2007
Familia
Cristo existe, sei que sim, sinto-o, mas se uma grande parte dos Homens não o quer ouvir ou senti-lo para assim, agir de um modo Cristão, que "culpa" tem Ele nisso?
Para terminar, penso que o Mundo está cada vez mais a precisar de Otorrinos da alma, e são cada vez mais tão poucos.
PS: Não era bem assim que queria que saisse o artigo mas...a ideia era falar na familia e na interligação entre os seus elementos, de uma maneira cristã, que cada vez se vive menos e, na ligação com a eucaristia, onde cada vez mais, as familias, vão menos.
06 julho 2007
Pagamento de "divida"
Há pouco dei-me conta, e quase que ri sozinho do pensamento que me veio à ideia:
“- Porque será que para Lhe agradecermos alguma coisa que Ele fez por nós, só sentimos que realmente “pagámos a divida” indo agradecer num local de culto? Se em casa, no carro ou no trabalho rezarmos um pouco e na conversa silenciosa a dois Lhe agradecermos não será a mesma coisa?”
E para fim-de-semana ficou-me este pensamento.
05 julho 2007
Palavras lançadas ao vento
Hoje, alguns meses passados desde essa conversa, constato que tinha mais razão do que a que eu imaginava. Na verdade, apesar da Fé continuar forte e segura, dou-me conta, por vezes, de olhar para mim e sentir que essa fé é parecida a uma flor, precisa de ser regada para não murchar já que, não é apenas o sol (arrepios) que alimentam a flor que em mim vai crescendo.
18 junho 2007
Carta à pecadora da casa de Simão, texto do Padre Vítor Gonçalves
"São-lhe perdoados os seus muitos pecados,
porque muito amou."
Lc 7, 47
Carta à pecadora da casa de Simão
M.
Gostava de saber o teu nome mas S. Lucas só nos disse que foi em casa de Simão que lavaste com lágrimas os pés de Jesus, os enxugaste com os cabelos, beijaste-os e ungiste com perfume. Chamo-te M. porque podias chamar-te Madalena ou Maria, mas és certamente Mulher. Perdoa-me a ousadia em escrever-te mas, sem conhecer o teu rosto, és das mulheres mais belas do Evangelho. Os teus gestos, a humilde grandeza do teu amor, a coragem de enfrentar uma rejeição pública, e as palavras, o amor com que Jesus te reveste, fazem-me uma pontinha de inveja. Como eu gostaria de amar como tu!
Porque te conheciam como pecadora? Como à mulher que queriam apedrejar por adultério, também contigo os homens estavam isentos de pecado? Sempre gostámos muito de empolar os pecados de ordem sexual e "quase absolver" as injustiças, a exploração, os abusos de poder. Sabes, hoje ainda é muito assim: um escândalo sexual destrói a vida de alguém, a corrupção, o enriquecimento escandaloso, o poder para uso egoísta esquecem-se rapidamente e nem têm estatuto de "pecado". E a mulher continua a ser, muitas vezes, o "elo mais fraco". Achamos que pecamos pouco, mas o problema é que amamos menos ainda!
É verdade que também temos muita dificuldade em lidar com o amor. Habituámo-nos a viver "mais ou menos", e assim temos "amores mais ou menos". É desses que se alimentam as chamadas "revistas de sociedade" onde parecer (e aparecer) é mais importante que ser, em que os beijos e as lágrimas fazem parte do espectáculo. Às vezes alguns ritos religiosos também entram nessa onda. Ficamos então duros para perdoar quem errou no amor, ou refez um amor verdadeiro depois do sofrimento por um que não deu certo. Quantas lágrimas tem Jesus recebido aos seus pés, e quanto amor e perdão tem Ele dado como a ti, esquecendo-nos nós, os que vivemos na sua casa, de levar o seu perdão a quem muito ama? Como é fácil esquecer que somos Igreja "santa e pecadora", e que só o amor (que dá substância à fé) salva verdadeiramente!
Como apareceste em casa do fariseu Simão? Onde tinhas experimentado o amor de Jesus, capaz de desencadear um dos gestos mais corajosos de todo o Evangelho? Diz-nos S. Lucas que algumas mulheres acompanhavam os Doze: eras uma delas? Ficam-me muitas perguntas, mas volto a dizer-te: como desejo ter um amor a Jesus como o teu. Um amor mais forte que o pecado e que todas as derrotas, um amor que traz vida e afugenta a morte, um amor que constrói e não cola rótulos. É o amor que Jesus pede aos discípulos para viverem e darem. Perdoa-me M., e todos e todas, a quem o não tenho dado.
Um abraço deste teu irmão, Vitor, e um grande beijo, também com lágrimas, a Jesus.
13 junho 2007
Suplica
E vieste ao meu encontro
Tu e o teu Filho
Estiveram mais perto de mim
Mais uma vez te pedi
Uma graça ou um milagre
E Tu
Em segredo acolheste o meu pedido
Olhaste para as minhas mãos
Que em sinal de oração
Cruzavam uma na outra
Apertadas em suplica
Para Ti rezei, orei e supliquei
Numa quase confissão
Das faltas por mim cometidas
Contra o teu Filho
Olhei-Te nos olhos
E nas palavras sentidas
Dentro do meu ser
Esperança no meu pedido
Hoje desceste do Alto
E vieste ao meu encontro
E estavas linda
Com aquele sorriso de Mãe
E eu
Beijei os teus pés
11 junho 2007
Oração à Nossa Senhora de Guadalupe
Que nada nos aflija nem perturbe nosso coração.
08 junho 2007
Jesus Cristo
Em poucas temos a imagem de Jesus Cristo Ressuscitado, relembrando-nos que um dia, também nós ressuscitaremos e que, o que desce à terra é a carne e não a alma…
Qualquer uma das imagens acima descritas é alvo de profunda contemplação e oração e qualquer uma delas é de uma beleza extrema denotando a fé de quem as fez.
Hoje por mera coincidência, numa busca que estava a fazer, encontrei esta imagem de Cristo “estilizada” onde se concebe uma simbiose entre o Cristo Crucificado e o Cristo Ressuscitado, bonita por sinal.
Numa sociedade onde cada vez mais se vive nos extremos, nada melhor que esta imagem para nos fazer pensar um pouco mais...no meio termo de tudo.
06 junho 2007
Quinta Feira do Corpo de Cristo
Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha».
30 maio 2007
Senhor Santo Cristo
No Convento da Caloura, em Água de Pau, começa a história do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em S. Miguel. Reza a tradição que foi neste lugar que se erigiu o primeiro Convento de Religiosas nesta Ilha, convento cuja fundação se deveu, principalmente, à piedade das filhas de Jorge da Mota, de Vila Franca do Campo.
Mas para que tal comunidade fosse estabelecida como devia, foi necessário que alguém fosse a Roma impetrar a respectiva Bula Apostólica. Largaram, por isso, de S. Miguel a caminho da Cidade Eterna, duas religiosas. Aí solicitaram ao Papa o desejado documento. Tão bem se desempenharam dessa missão que o Sumo Pontífice não só lhes passou a ambicionada Bula como ainda lhes ofereceu uma Imagem do Ecce Homo. De regresso a Vale de Cabaços, a singular imagem foi posta num nicho onde se conservou por poucos anos.
Porque o lugar era ermo e muito exposto às incursões dos piratas, o pequeno Mosteiro ficou, certo dia, deserto, pois parte das religiosas seguiu para Santo André, de Vila Franca do Campo, e a outra parte se encaminhou para Ponta Delgada, para o Mosteiro da Esperança, acabado de fundar pela viúva do Capitão Donatário, Rui Gonçalves da Câmara.
Mas a Imagem do Senhor Santo Cristo não ficou esquecida em Vale de Cabaços, porque a religiosa galega Madre Inês de Santa Iria a quis trazer para Ponta Delgada.
No ano de 1700, a Ilha de S. Miguel foi abalada por fortes e repetidos tremores de terra. Duravam estes já vários dias quando a Mesa da Misericórdia e grande parte da nobreza da cidade, vendo que os terramotos não cessavam, resolveram ir à portaria do Mosteiro da Esperança para levarem em procissão a Imagem do Santo Cristo.
Ao princípio da tarde desse dia 13 de Abril de 1700, juntaram-se as confrarias e comunidades religiosas. Concorreu igualmente toda a nobreza e inumerável multidão que, com viva fé, confiava se aplacaria a indignação divina com vista da santa Imagem.
Caminhava já a procissão em que todos iam descalços; e logo que a veneranda Imagem se deixou ver na portaria, foi tão grande a comoção em todos que a traduziram em lágrimas e suspiros, testemunhos irrefragáveis da contrição dos corações.
Levaram o andor do Santo Cristo as pessoas mais qualificadas em nobreza. Andando a procissão, ia a veneranda Imagem entrando em todas as igrejas onde, em bem concertados coros, Lhe cantavam os salmos "Miserere mei Deus".
Saindo da Igreja dos Jesuítas, e caminhando para a das Religiosas de Santo André, não obstante toda a boa segurança e a cautela com que levavam a santa Imagem, com assombro e admiração de todos, caiu esta fora do andor e deu em terra. Foi esta queda misteriosa, porque não caiu a Imagem por algum dos lados do andor, como era natural, senão pela parte superior do docel.
O povo ficou aflito com sucesso tão estranho. Uns feriam os peitos com as pedras; outros, pondo a boca em terra, que julgavam santificada com o contacto da santa Imagem, pediam a Deus misericórdia; estes, tomando os instrumentos de penitência, davam sobre si rijos e desapiedados golpes, regando a terra com o sangue das veias; aqueles publicavam em alta voz as suas culpas, como causas da indignação do Senhor; e todos, com clamores e enternecidos suspiros, pediam a Deus que suspendesse as demonstrações da sua justa vingança.
Verificaram, então, que a santa Imagem não experimentara com a queda dano considerável, pois somente se observou no braço direito uma contusão. A Imagem foi lavada e limpa no Convento de Santo André e, colocada outra vez no andor com a maior segurança, continuou a procissão, na qual as lágrimas e soluços do povo aflito embargavam as preces, até que, bem de noite, se recolheu no Mosteiro da Esperança.
E a cólera divina se aplacou.
21 maio 2007
16 maio 2007
Conversa de mini-bus
- Olha, vim deixar o meu neto ao ciclo e à hora de almoço vou buscá-lo. Depois venho deixá-lo e perto das 4 horas vou buscá-lo novamente. Sabes como são as coisas, os pais a trabalharem na Praia sobra para mim mas…deixá-lo, é uma companhia e uma maneira de me preocupar com o pequeno, e tu que casaste novamente, és feliz? – Diz uma.
Não que costume ouvir conversas e comentá-las mas esta deu-me vontade de aqui expor porque, começou de uma maneira que já há muito não ouvia, mas sei que por aqui ainda existem avós que vivem para os netos e filhos. Os meus sogros por exemplo, além de viverem para si, também vivem um pouco em prol da família e parecendo que não, ajudam muito nesses pequenos nadas que nos vão fazendo aqui e ali.
Parecendo que não, é muito benéfico a interligação de gerações (como dizem os doutores entendidos no assunto), os avós sentem-se úteis e os netos tomam conhecimento de coisas que, muitas das vezes, já não existem, isto para além de fazerem quase todas as vontades mas…passemos à frente.
Depois achei aquela pergunta final, simples mas tão rica de conteúdo…”És feliz?” Olhem que até eu fiquei a pensar naquela pergunta simples mas com uma profundidade tamanha.
- Com paz e sossego é o bastante. – Respondeu a outra.
Fiquei a pensar “e o amor onde é que se enquadra?” É certo que num casal é preciso paz e sossego mas, se não houver amor onde é que vai acabar? Poderei estar a fazer juízos de valor mas com uma resposta assim, dei-me conta que esta mulher possivelmente, no seu anterior casamento não deve ter tido muita sorte e eventualmente deve ter sofrido um pouco ou tanto que, paz e sossego é o bastante, mesmo que não exista amor.
Senti alguma pena desta mulher que não deve saber o que é amor ou que soube o que era, mas há tanto tempo que já nem sonha.
Que Nossa Senhora as ajude!