Há dias atrás inseri um vídeo “peculiar". Chamo-lhe peculiar porque insere duas das minhas “paixões/devoções”. Ao fundo a Virgem de Guadalupe e a ser entrevistado, um homem que irá entrar na Cartuxa em Espanha (nesta data já deve estar há alguns meses).
Como é do conhecimento de quem por aqui passa, a Virgem de Guadalupe entrou em mim, aliás, são muitas as situações/momentos em que essa imagem aparece, seja na net ou na televisão, e isto sem estar a pensar nela. Por vezes penso que será uma chamada de atenção da sua parte ou que está a dizer-me que não se esquece me mim. No fundo, quando essas situações de “mera coincidência” acontecem sinto-me cheio de tudo, especialmente de uma felicidade impar, ainda que não dure “para sempre”. Como eu desejo um dia poder ir ao México agradecer na sua casa tudo o que tem feito a este pecador constante e consciente, mesmo sem merecer, mesmo aquilo que nem sonho que ela intercedeu por mim, mesmo os mistérios mais insondáveis que possa possuir e que só Ele sabe. Quem sabe um dia este desejo se torne realidade.
Quanto à Cartuxa não sei como começou a minha enorme empatia/simpatia, apenas sei que dia a dia nutro mais esse sentimento. Diria que é uma paixão onírica, já que torná-la realidade, para além de eventuais impedimentos na Ordem, teria que não ter família como tenho, ou seja, mulher e filho. A ter que optar, sem duvida alguma opto pela família com todas as imperfeições inerentes. Quando a eles, Homens de Deus e Homens de Oração, de quando em vez oro por eles timidamente, já que eles, oram por todos nós com mais convicção. Para mim, todas as vidas consagradas na Liberdade inimaginável da cela, são como um pulmão que respira por nós, cheios de tanta sujidade perante Deus. Tal como no caso anterior, desejo um dia poder passar, um dia que seja, dentro das paredes de um mosteiro cartuxo e, ainda que sabendo que são de “poucas” palavras, se puder, desabafar/divagar sobre todos os meus podres, duvidas e anseios, mas também as minhas certezas sem certeza alguma, depois sair, como que baptizado novamente e tentar ser mais recto, mais convicto e mais cheio de fé…como um grão de mostarda. Um irmão romeiro um dia comentou “a fé é leve” e essa pequena frase por vezes vem ao de cima, por vezes faz-me pensar o “homem de pouca fé” que muitas vezes me sinto. Realmente a fé é muito leve.