Durante o retiro
da Equipas de Nossa Senhora, realizado no Seminário Episcopal de Angra, estive
sentado em frente a esta imagem. Talvez por mero acaso ou talvez não, mas
dei-me a olhar para ela algumas vezes, para além de estar atento ao que ia
sendo dito pelo orador, e por vezes até conseguia conciliar as duas coisas na
perfeição das palavras com a imagem em si.
Há primeira
vista, apercebi-me que se tratava de uma imagem que já deve ter alguns longos
anos, dado a tonalidade do branco do manto já não ser assim tão branco e da
aparência das mãos e do braço esquerdo.
Quando foi o
intervalo, fui ver a imagem mais de perto e apercebi-me dessa antiguidade, bem
como dos defeitos que já possuía e acima descritos.
Olhei para ela
e para aquele sorriso de Mãe que já senti há alguns anos atrás, e qual não foi
o meu espanto quando me veio há ideia que aquelas deficiências, de certa
forma não eram só da antiguidade ou do uso. Naquele momento ocorreu-me
que o estado da mão direita, assim meio suja e semelhante a ter estado a mexer
em terra, deve-se ao facto de ela estar constantemente a puxar por todos
os seus filhos, particularmente por aqueles que se afastaram do seu
filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, e que se encontram no meio da lama
nauseabunda, que caminham em locais imundos ou andam perdidos neste
mundo criado por Deus.
No seguimento da
minha ocorrência, faz todo o sentido o seu ombro estar marcado. Marcado
com a cabeça de todos aqueles que procuram um ombro amigo,
um ombro onde repousar, um ombro onde assentar as ideias,
resumidamente o ombro de Sua e nossa Mãe Maria Santíssima, o
mesmo que recebeu o corpo descido da cruz, tal como as cruzes que todos
nós carregamos, particularmente por aqueles que se afastaram do
seu filho e que se encontram no meio da lama nauseabunda, que caminham
em locais imundos ou andam perdidos neste mundo criado por Deus.
Por último mas
não menos importante, o seu coração cheiro de veias, artérias e outros vasos
sanguíneos, aprisionado no meio da coroa de espinhos, reflete a dor
que ela sente, quando cada um de nós se afasta d`Ele.
22 de Janeiro de
2018
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