25 março 2014

Tempo


Quase a meio da existência
Humanamente possível
E por Deus admissível
Chega um momento
Uma altura e um tempo
Em que precisamos de parar

Parar para refletir
Sossegar e pensar
Sobre o nosso propósito existencial
A nossa ligação com os demais
Os afetos pessoais e familiares
Para condignamente prepararmo-nos

Prepararmo-nos para a vinda
Da Nova Jerusalém
No final da restante metade
Precisamos parar e escutar
Para ouvir o Seu mensageiro

…o Tempo.

20 março 2014

Santidade


A minha santidade anda pelas ruas da podridão amargurada. Por detrás de palavras bonitas e sentidas no momento, sou tentado a ir pela escuridão tenebrosa, mofosa e ardente, ao invés da Luz de Deus, que me ilumina constantemente o verdadeiro caminho, através das palavras bonitas e sentidas no momento.

Acredito que é pelo sopro do Espirito Santo, que as palavras que passo para o papel possam aquecer alguns corações ainda mais frios que o meu e não pela minha ignorância total dos desígnios de Deus. Sinto que, tal como a Beata Teresa de Calcutá, não sou nada nem ninguém, sou simplesmente um pequeno e rude lápis na Sua mão, com o qual ele escreve aquilo que deseja porque, se fossem apenas palavras minhas, seriam estéreis e inúteis, aumentando mais ainda a escuridão dos corações ainda mais frios que o meu.
A minha aparente santidade é tudo menos isso. Posso não ter pecados mortais, mas pecar por pensamentos, palavras, atos e omissões, não deixam de ser Pecados. Pecados que me marcam, magoam e ferem profundamente o meu coração, afastando-me cada vez mais da santidade humanamente possível. 

A Luz de Deus afasta-se gradualmente, ao contrário da escuridão, que se aproxima rapidamente, mas não é Ele o responsável, sou eu que não tenho forças humanamente suficientes e deixo-me seduzir, não pelo Bem perpétuo mas sim pelo Mal finito, muito mais envolvente e acessível do que Santa Maria Scala Coeli[1].

Sou responsável por um pequeno punhado de Homens que Te seguem como Te seguia a Tua e Nossa Mãe Maria Santíssima, no entanto, Meu Senhor e Meu Deus, os seus corações estão mais abrasados do que o meu, para Te encontrarem desta forma especial e peculiar que são as Romarias Quaresmais. Talvez por esse facto é que eu os seguirei e não ao contrário, talvez por isso é que eu serei o último depois do último, mas mesmo neste lugar, ainda serei privilegiado e sinto que não sou merecedor de tal privilégio, Meu Senhor e Meu Deus

A minha aparente santidade é tudo menos isso, é uma santidade marcada e manchada de uma impureza atroz, onde a Luz de Deus dificilmente entra e a escuridão está impregnada em todo o meu ser.

Termino este meu desabafo suplicante com uma pequena oração à Senhora de Guadalupe, minha medianeira:

Minha doce e terna Mãe
Só tu tens o poder
De engrandecer as súplicas
Da amargura da minha vida
E da aridez que muitas vezes sinto

Apenas tu e só tu
Transformas a minha amargura
E a aridez espinhosa
Em pequenas gotas de orvalho matinal
Na flor mais bela do nosso jardim

Minha terna e doce flor
Peço-te que recebes
As minhas fracas orações
Por vezes apenas faladas
Na ausência do coração

Só tu consegues embelezar
As palavras rudemente ditas
Dos pensamentos sentidos
Por este teu filho pecador
Junto a Teu Filho Nosso Senhor.


[1] Santa Maria Escada do Céu

11 março 2014

Oração



Nossa doce e terna Mãe

Só tu tens o poder

De engrandecer as súplicas

Da amargura das nossas vidas

E da aridez que muitas vezes sentimos

 

Apenas tu e só tu

Transformas as nossas amarguras

E a aridez espinhosa

Em pequenas gotas de orvalho matinal

Na flor mais bela do nosso jardim

 

Nossa terna e doce flor

Peço-te que recebes

As nossas fracas orações

Por vezes apenas faladas

Na ausência do coração

 

Só tu consegues embelezar

As palavras rudemente ditas

Dos pensamentos sentidos

Por estes teus filhos pecadores

Junto a Teu Filho Nosso Senhor.

 

11 de Março de 2014