30 maio 2007

Senhor Santo Cristo


A Origem da imagem
No Convento da Caloura, em Água de Pau, começa a história do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em S. Miguel. Reza a tradição que foi neste lugar que se erigiu o primeiro Convento de Religiosas nesta Ilha, convento cuja fundação se deveu, principalmente, à piedade das filhas de Jorge da Mota, de Vila Franca do Campo.
Mas para que tal comunidade fosse estabelecida como devia, foi necessário que alguém fosse a Roma impetrar a respectiva Bula Apostólica. Largaram, por isso, de S. Miguel a caminho da Cidade Eterna, duas religiosas. Aí solicitaram ao Papa o desejado documento. Tão bem se desempenharam dessa missão que o Sumo Pontífice não só lhes passou a ambicionada Bula como ainda lhes ofereceu uma Imagem do Ecce Homo. De regresso a Vale de Cabaços, a singular imagem foi posta num nicho onde se conservou por poucos anos.
Porque o lugar era ermo e muito exposto às incursões dos piratas, o pequeno Mosteiro ficou, certo dia, deserto, pois parte das religiosas seguiu para Santo André, de Vila Franca do Campo, e a outra parte se encaminhou para Ponta Delgada, para o Mosteiro da Esperança, acabado de fundar pela viúva do Capitão Donatário, Rui Gonçalves da Câmara.
Mas a Imagem do Senhor Santo Cristo não ficou esquecida em Vale de Cabaços, porque a religiosa galega Madre Inês de Santa Iria a quis trazer para Ponta Delgada.
A primeira procissão
No ano de 1700, a Ilha de S. Miguel foi abalada por fortes e repetidos tremores de terra. Duravam estes já vários dias quando a Mesa da Misericórdia e grande parte da nobreza da cidade, vendo que os terramotos não cessavam, resolveram ir à portaria do Mosteiro da Esperança para levarem em procissão a Imagem do Santo Cristo.
Ao princípio da tarde desse dia 13 de Abril de 1700, juntaram-se as confrarias e comunidades religiosas. Concorreu igualmente toda a nobreza e inumerável multidão que, com viva fé, confiava se aplacaria a indignação divina com vista da santa Imagem.
Caminhava já a procissão em que todos iam descalços; e logo que a veneranda Imagem se deixou ver na portaria, foi tão grande a comoção em todos que a traduziram em lágrimas e suspiros, testemunhos irrefragáveis da contrição dos corações.
Levaram o andor do Santo Cristo as pessoas mais qualificadas em nobreza. Andando a procissão, ia a veneranda Imagem entrando em todas as igrejas onde, em bem concertados coros, Lhe cantavam os salmos "Miserere mei Deus".
Saindo da Igreja dos Jesuítas, e caminhando para a das Religiosas de Santo André, não obstante toda a boa segurança e a cautela com que levavam a santa Imagem, com assombro e admiração de todos, caiu esta fora do andor e deu em terra. Foi esta queda misteriosa, porque não caiu a Imagem por algum dos lados do andor, como era natural, senão pela parte superior do docel.
O povo ficou aflito com sucesso tão estranho. Uns feriam os peitos com as pedras; outros, pondo a boca em terra, que julgavam santificada com o contacto da santa Imagem, pediam a Deus misericórdia; estes, tomando os instrumentos de penitência, davam sobre si rijos e desapiedados golpes, regando a terra com o sangue das veias; aqueles publicavam em alta voz as suas culpas, como causas da indignação do Senhor; e todos, com clamores e enternecidos suspiros, pediam a Deus que suspendesse as demonstrações da sua justa vingança.
Verificaram, então, que a santa Imagem não experimentara com a queda dano considerável, pois somente se observou no braço direito uma contusão. A Imagem foi lavada e limpa no Convento de Santo André e, colocada outra vez no andor com a maior segurança, continuou a procissão, na qual as lágrimas e soluços do povo aflito embargavam as preces, até que, bem de noite, se recolheu no Mosteiro da Esperança.
E a cólera divina se aplacou.
E aqui fica uma parte da historia desta devoção aqui pelos Açores e onde residam açoreanos, para mais visitem este site, onde fui buscar o acima citado.

21 maio 2007

Hoje...


Hoje…
Sorriste para mim
Com um olhar meigo
Cheio de tanta ternura
Enquanto contigo conversada
De boca fechada.

Tu…
Mesmo com os lábios fechados
Esboçaste um sorriso
Que não vi
Mas que senti dentro de mim
Numa fracção de segundo.

Hoje…
Tu…
Sorriste para mim.


16 maio 2007

Conversa de mini-bus


Vinha hoje, como costume, no mini-bus em direcção ao trabalho e a pensar sobre os meus botões quando ouço, no banco de trás duas senhoras com a seguinte conversa:

- Olha, vim deixar o meu neto ao ciclo e à hora de almoço vou buscá-lo. Depois venho deixá-lo e perto das 4 horas vou buscá-lo novamente. Sabes como são as coisas, os pais a trabalharem na Praia sobra para mim mas…deixá-lo, é uma companhia e uma maneira de me preocupar com o pequeno, e tu que casaste novamente, és feliz? – Diz uma.

Não que costume ouvir conversas e comentá-las mas esta deu-me vontade de aqui expor porque, começou de uma maneira que já há muito não ouvia, mas sei que por aqui ainda existem avós que vivem para os netos e filhos. Os meus sogros por exemplo, além de viverem para si, também vivem um pouco em prol da família e parecendo que não, ajudam muito nesses pequenos nadas que nos vão fazendo aqui e ali.
Parecendo que não, é muito benéfico a interligação de gerações (como dizem os doutores entendidos no assunto), os avós sentem-se úteis e os netos tomam conhecimento de coisas que, muitas das vezes, já não existem, isto para além de fazerem quase todas as vontades mas…passemos à frente.
Depois achei aquela pergunta final, simples mas tão rica de conteúdo…”És feliz?” Olhem que até eu fiquei a pensar naquela pergunta simples mas com uma profundidade tamanha.

- Com paz e sossego é o bastante. – Respondeu a outra.

Fiquei a pensar “e o amor onde é que se enquadra?” É certo que num casal é preciso paz e sossego mas, se não houver amor onde é que vai acabar? Poderei estar a fazer juízos de valor mas com uma resposta assim, dei-me conta que esta mulher possivelmente, no seu anterior casamento não deve ter tido muita sorte e eventualmente deve ter sofrido um pouco ou tanto que, paz e sossego é o bastante, mesmo que não exista amor.
Senti alguma pena desta mulher que não deve saber o que é amor ou que soube o que era, mas há tanto tempo que já nem sonha.

Que Nossa Senhora as ajude!

11 maio 2007

Mais um poema para Ela


(Edson Pereira de Souza)
Ó Senhora, Virgem Santa de Guadalupe
Mãe de Deus, a mãe de todos nós
Mãe da América Latina
Cuida com ternura o nosso continente
Ó Mãe nos oriente, Mãe nos ilumine
Ó Senhora, sempre Virgem Santa Maria
Mãe fiel, a Senhora da luz
Mãe do povo oprimido
Olha com doçura as nossas crianças
Renova a esperança ao jovem perdido
Refrão:
Cura nossas feridas e dores
Escuta os nossos clamores mãe querida
Às famílias mostra o rumo certo
De Jesus nos deixa bem perto
Santa Mãe, guarda nossas vidas.
Nossa Senhora de Guadalupe
Nos dá proteção no aconchego do teu manto
Nos faz mensageiros do amor e da paz
Nossa Senhora de Guadalupe
Mãe piedosa escuta o nosso pranto
Santa Mãe de Deus, rogai por nós!
E nas horas mais difíceis de nossos dias
Tua luz é necessidade
Conforto em nossos caminhos
Ó Mãe deixa claro cada oração
Que tem fé, devoção apesar dos espinhos
E aqui fica mais um poema que encontrei, desta vez sem a música, sobre Ela. Bom fim de semana.
Fiquem com Deus.

09 maio 2007

"Uma formiga ensinou-me a orar"


Hoje recebi este email e achei-o tão interessante e com uma grande sensibilidade que, aqui o deixo.
"Outro dia, vi uma formiga que carregava uma enorme folha.
A formiga era pequena e a folha devia ter, no mínimo, dez vezes o tamanho dela.
A formiga a carregava com sacrifício.Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça.
Quando o vento batia, a folha tombava, fazendo cair também à formiga.
Foram muitos os tropeços, mas nem por isso a formiga desanimou de suatarefa.
Eu a observei e acompanhei, até que chegou próximo de um buraco, que deviaser a porta de sua casa.Foi quando pensei:
- "Até que enfim ela terminou seu empreendimento".
- Ilusão minha.Na verdade, havia apenas terminado uma etapa.
A folha era muito maior do que a boca do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse do lado de fora para, então, entrar sozinha.
Foi aí que disse a mim mesmo:
-"Coitada, tanto sacrifício para nada.
"Lembrei-me ainda do ditado popular: "Nadou, nadou e morreu na praia."
Mas a pequena formiga me surpreendeu.Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em pequenos pedaços.
Elas pareciam alegres na tarefa.
Em pouco tempo, a grande folha havia desaparecido, dando lugar a pequenos pedaços e eles estavam todos dentro do buraco.
Imediatamente me peguei pensando em minhas experiências.
Quantas vezes desanimei diante do tamanho das tarefas ou dificuldades?Talvez, se a formiga tivesse olhado para o tamanho da folha, nem mesmo teria começado a carregá-la.
Invejei a persistência, a força daquela formiguinha.
Naturalmente, transformei minha reflexão em oração e pedi ao Senhor:
-Que me desse à tenacidade daquela formiga, para "carregar" as dificuldadesdo dia-a-dia.
Que me desse à perseverança da formiga, para não desanimar diante das quedas.
Que eu pudesse ter a inteligência, a esperteza dela, para dividir em pedaços o fardo que, às vezes, se apresenta grande demais.
Que eu tivesse a humildade para partilhar com os outros o êxito da chegada,mesmo que o trajecto tivesse sido solitário.
Pedi ao Senhor a graça de, como aquela formiga, não desistir da caminhada,mesmo quando os ventos contrários me fazem virar de cabeça para baixo;mesmo quando, pelo tamanho da carga, não consigo ver com nitidez o caminho apercorrer.
A alegria dos filhotes que, provavelmente, esperavam lá dentro pelo alimento, fez aquela formiga esquecer e superar todas as adversidades da estrada.
Após meu encontro com aquela formiga, saí mais fortalecido em minha caminhada.
Agradeci ao Senhor por ter colocado aquela formiga em meu caminho ou por meter feito passar pelo caminho dela!"

08 maio 2007

Cartão de Amizade

Enviado pela minha Amiga Malu, o qual daqui desde já lhe agradeço o carinho. E como é para seguir viagem, envio-o para as seguintes pessoas:

Cris

Luis

Carlos Almeida

05 maio 2007

Levar a Paz a onde não há Guerra

Há dias atrás em conversa com uma pessoa amiga, esta pareceu-me um pouco aborrecida e algo transtornada.
Perguntei-lhe o que tinha e começou a falar que tinha a ver com os seus pais, irmãos e irmãs. Gostava que todos se dessem bem e que não houvesse brigas desnecessárias. Que sofria ao ver certas atitudes e gestos com os quais não concordava e que isso lhe fazia mal, porque passava uma grande parte do dia a pensar nisso e que já começava a afectar os seus em casa.
Disse-lhe então que, no meu ver, a vida dos seus pais era uma e que a dela era outra, que achava que não devia “fazer filmes” sobre discussões familiares e que pensasse um pouco mais na sua família porque, em todas as famílias essas discussões existem e fazem parte do seu crescimento. Terminei com uma frase, diria que intemporal e quase filosófica ao dizer-lhe:
“- Queres levar a Paz a onde não há Guerra.”

E a conversa ficou por ai, mas fiquei a pensar no que lhe tinha dito.

Na verdade e enquanto depois estava a tomar um duche (vaia-se lá saber o porquê de nessa altura), veio-me há ideia essa frase e, qual ajuda divina, na minha mente as coisas começaram a tornarem-se mais claras e pensei:
“ Na altura que a tinha pronunciado, interpretei-a de uma maneira conclusiva, do tipo “não é preciso Paz porque não há Guerra”, mas agora penso mais claramente e já a sinto de outra maneira, do tipo “não há Guerra é certo mas a Paz tem que estar sempre presente.”

Sim, porque apesar de naquela família (e noutras) as discussões existirem com conta, peso e medida, é preciso que não se perca a Paz, o Amor e a Esperança de que Deus nos ouve e nos apoia, principalmente nas alturas em que fraquejamos, em que pensamos que Ele se esquece de nós porque, cada vez mais, na sociedade em que vivemos a “Guerra” começa a ser alimentada com a falta de Paz que tende a não existir entre as pessoas.

Desejo que em todas as famílias haja quem leve a Paz mesmo não havendo guerra.