"Morto ao pecado e consagrado a Deus pelo batismo, o monge pela Profissão se consagra mais plenamente ao Pai e se desembaraça do mundo, para poder tender mais retamente para a perfeita caridade. Unido ao Senhor mediante um compromisso firme e estável, participa dom mistério da Igreja unida a Cristo com vínculo indissolúvel, e dá depoimento ante o mundo da nova vida adquirida pela Redenção de Cristo.
Quando se acerca o fim do segundo ano de noviciado, se o novicio parece digno de ser admitido, se o apresentará à Comunidade que, depois de alguns dias, bem pensado o assunto, dará seu parecer sobre a admissão do novicio. Este, por sua vez, não faça os votos senão com plena liberdade e maturidade de juízo.
Esta primeira Profissão se emite por três anos. Passado este prazo, corresponde ao Prior, depois do voto da Comunidade, admitir ao jovem professo a passar dois anos com os professos de votos solenes. Em tal caso, o monge renovará por um biênio a Profissão temporária. Durante um destes dois anos – normalmente o segundo –, o futuro professo estará livre de estudos canônicos, a fim de se preparar com mais reflexão para os votos solenes.
Porque o discípulo que segue a Cristo deve renunciar a tudo e a si mesmo, o futuro professo, antes da Profissão solene, renuncie a todos os bens que tem em ato; pode também, se quer, dispor dos bens aos que tenha direito. Nenhuma pessoa da Ordem peça nada em absoluto de suas coisas ao professo temporária, nem sequer com fins piedosos, nem para dar esmola a quem seja, senão que ele deve dispor livremente de seus bens segundo lhe ele decida.
O que vai professar escreva por si mesmo a Profissão na forma e com as palavras: Eu, frei N., prometo… estabilidade, obediência e conversão de meus costumes, diante de Deus e dos seus Santos, e das relíquias deste ermo, que está construído em honra de Deus e da bem-aventurada sempre Virgem Maria e de São João Batista, na presença de Dom N., Prior..
Depois da palavra “prometo”, se se trata da primeira Profissão temporária, adiciona-se “por três anos”, e quando esta Profissão se prorrogue, especifique-se o tempo da prorrogação; mas se se trata da Profissão solene, diga-se “perpétua”.
É de saber que todos nossos ermos estão dedicados em primeiro lugar à Santíssima Virgem Maria e a São João Batista, nossos principais patronos no céu.
A cédula de toda Profissão deve ser assinada pelo professo e pelo Prior que recebeu os votos, e levar consignada a data; se a conserva no arquivo da Casa.
Feita a Profissão, o que foi recebido de tal maneira se considere alheio a tudo o do mundo, que não tenha potestade sobre coisa alguma, nem sequer sobre si mesmo, sem licença de seu Prior. Dado que todos os que determinaram viver regularmente têm de praticar com grande zelo a obediência, nós o faremos com tanta maior entrega e fervor, quanto mais estrita e austera é a vocação que abraçamos; pois se, o que Deus não permita, esta obediência faltar, tantos trabalhos careceriam de prémio De aqui que Samuel diga: Melhor é obedecer do que sacrificar, e melhor a docilidade do que a gordura dos carneiros.
A exemplo de Jesus Cristo, que veio cumprir a vontade de seu Pai e, tomando a forma de servo, aprendeu por seus padecimentos a obediência, o monge se submete pela Profissão ao Prior, que faz as vezes de Deus, e se esforça por chegar à medida da plenitude de Cristo. "
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