"O que ingressa na família cartusiana, depois de uma primeira provação é recebido como novicio : pondo suas mãos entre as do Prior expressa sua sujeição e é sócio à Ordem; se o conduz por todos à cela ou, se é um novicio irmão, à igreja, para dar-lhe a entender que sua vida está principalmente consagrada à oração.
A Profissão, e também a sua maneira a Doação, consumam-se ao pronunciar a fórmula de Profissão ou Doação, já que é um compromisso pessoal e livre. Antes de emitir os primeiros votos, ao que vai professar se lhe veste a cogula própria dos professos, pela que se significa a conversão de costumes e a consagração a Deus; antes do ato irrevogável da Profissão solene, pede com particular interesse a ajuda da oração a seus irmãos.
Recepção de um novicio do claustro
O postulante, ao fim de seu provação, é apresentado num determinado dia à Comunidade. Adiante desta, se lhe pergunta antes de mais nada se professou em algum Instituto religioso, se está livre do vínculo matrimonial, se padece alguma doença incurável, se pode ser promovido às sagradas Ordens, se carece de dívidas; advertindo-se que se ocultasse algo a respeito do que se lhe pergunta, poderá ser expulsado ainda depois da Profissão.
Outro dia, reunidos todos no Capítulo, o postulante pede misericórdia prostrado. Depois, a uma indicação do Prior, levanta-se e diz: Suplico por amor de Deus ser admitido à provação em hábito monacal, como o mais humilde servidor de todos se a ti, Pai, e à Comunidade vos parecer bem.
Então o Prior lhe expõe o gênero de vida que deseja abraçar.
Se a tudo isso respondesse que, confiando unicamente na misericórdia de Deus e nas orações de seus irmãos, tudo cumprirá com a ajuda da clemência divina, o Prior adverte-o que antes da Profissão poderá ir-se livremente, e que nós também o poderemos despedir com toda liberdade se, considerando o caso ante Deus, não nos parecesse idôneo para nossa vida. Se o postulante dá sua conformidade, ajoelha-se aos pés do Prior, juntas suas mãos entre as do Prior, e este, em nome de Deus e da Ordem, no seu próprio e no de seus irmãos, associa-o à Ordem. A seguir, o novicio recebe o ósculo de paz, primeiro do Prior, e depois, de todos os demais.
O mesmo dia, se é possível, ao novicio, vestido em privado, se o conduz à igreja, e, prostrado, ora na arquibancada do presbitério. O Prior, revestido de cogula eclesiástica e estola branca, coloca-se na última cadeira do coro direito. Os monges, de joelhos, coro contra coro, cantam o versículo Veni, Sancte Spiritus. Uma vez findo, inclinados todos sobre as misericórdias, o Prior diz um versículo e adiciona uma oração.
Depois, o novicio é conduzido por todos à cela, talheres, cantando os salmos 83 (Que desejáveis...), 131 (Senhor, tem-lhe em conta...) e 50 (Misericórdia...). Se bastam um ou dois, não se dizem mais. Vai primeiro o Prior, segue o novicio, depois o Procurador ou outro levando o água bendita e, finalmente, a Comunidade por ordem de antigüidade. Ao chegar o Prior à porta da cela, asperge ao noviço e à cela mesma, dizendo: Paz a esta casa, e, tomando ao novicio pela mão, fá-lo entrar ao oratório, onde este ora ajoelhado. Terminado o salmo ou os salmos pela Comunidade seguem as preces indicadas no Ritual.
Uma vez concluídas as preces, o Prior impõe ao novicio a obrigação de guardar a cela e todas as demais observâncias e exercícios próprios de nossa Ordem, a fim de que em solidão e silêncio, e em assídua oração e generosa penitência, consagre-se a só Deus. E o encomenda ao Mestre de noviços.
Recepção de um noviço irmão
O postulante, ao final de seu provação, é apresentado num determinado dia à Comunidade. Antes de mais nada se lhe pergunta adiante dela se professou em algum Instituto religioso, se está livre do vínculo matrimonial, sem padece alguma doença incurável, se carece de dívidas; advertindo-se que se ocultasse algo a respeito do que se lhe pergunta, poderá ser expulsado ainda depois da Profissão.
O dia da recepção o postulante, prostrado no Capítulo adiante de toda a Comunidade, pede misericórdia. A uma indicação do Prior, revestido de cogula eclesiástica e estola branca, levanta-se e suplica por amor de Deus ser admitido à provação em hábito monacal como o mais humilde servidor de todos. O Prior, pronunciada uma exortação, adverte-lhe que durante o noviciado poderá ir-se livremente, e que também nós o poderemos despedir se, considerado o caso ante Deus, não nos parecesse idôneo para nossa vida. O postulante, depois de dar seu consentimento, ajoelhando-se aos pés do Prior, junta as mãos entre as mãos do Prior; este, em nome de Deus e da Ordem, no seu próprio e no de seus irmãos, associa-o à Ordem. Então se lhe veste a cogula de novicio e a capa, e é recebido com o ósculo de paz, primeiro pelo Prior e a seguir por todos os demais.
Ato seguido, o novicio é conduzido do Capítulo à igreja, cantando a Comunidade o salmo 83 (¡Que desejáveis...). Vai diante o Prior, segue o novicio, depois os padres e irmãos, por ordem de antiguidade. Ao chegar o Prior à igreja, tomada ao novicio da mão e o leva às arquibancadas do presbitério, onde se prostra em oração.
Entre tanto, a Comunidade, de joelhos, canta o verso Veni, Sancte Spiritus. Depois, o Prior, inclinado sobre as misericórdias ao mesmo tempo em que a Comunidade, diz o versículo e adiciona uma oração. Acabado tudo, o novicio se levanta, faz inclinação profunda, e vai a sua cadeira do coro.
Profissão de votos simples
O dia antes da Profissão, seja simples ou solene, o novicio, antes de Vésperas, ou também o mesmo dia da Profissão pela manhã no Capítulo, prostrado adiante da Comunidade, pede misericórdia; ao dizer-lhe o Prior Levanta-te, levanta-se e suplica ser admitido à Profissão como o mais humilde servidor de todos; e escuta de pé o sermão do Prior.
O dia da Profissão expõem-se no altar algumas Relíquias de Santos.
Quando se trata da Profissão temporária, ao começar o Kyrie eleison na Missa conventual, o Mestre de noviços ou outro se ele está impedido, deixa a nova cogula sobre as formas, adiante do que vai professar. Depois do Evangelho, ou o Credo, se se diz, omitida a Oração universal, o que vai professar se dirige à arquibancada do presbitério levando a nova cogula nas mãos, e ali, feita inclinação profunda, deixa-a e fica em pé. Então se lhe acerca o Prior e diz as preces contidas no Ritual. Depois abençoa, com a mão estendida, a cogula posta sobre a arquibancada ante o que vai professar, dizendo a oração adequada. Terminada a bênção, asperge com água bendita a cogula.
Ato seguido, de joelhos ante o Prior na primeira arquibancada do presbitério, o que vai professar recita com voz inteligível (e se são variados, recitam juntamente) o salmo 15 (Protege-me, Deus meu), até o versículo O Senhor é o lote, exclusive. Então o Prior, ajudado pelo Sacristão, tira ao novicio a capa e a cogula, dizendo: Que Deus te despoje do homem velho e de suas ações, e lhe põe a cogula longa, dizendo: e te revista do homem novo que foi criado por Deus em verdadeira justiça e santidade. Se forem variados, repete as mesmas palavras para cada um.
Seguidamente, o novicio lê a fórmula da Profissão, escrita numa folha de papel que sustenta na mão. Se forem variados, têm de lê-la um por um.
Emitidos os votos, o professo entrega a folha ao Prior, e continua a leitura do salmo antes começado, desde O Senhor é meu lote até Glória ao Pai... Amém. Terminado isto, faz inclinação profunda e volta a seu lugar.
Na Missa de Profissão, o mesmo temporal que solene, o novo Professo, ainda que seja sacerdote, comunga depois do diácono de mãos do Prior, e, pelo mesmo, não concelebra; mas pode celebrar Missa rezada no mesmo dia.
Profissão solene.
Sobre as cerimônias em Capítulo e a preparação do altar, veja-se o n. 8. Na Missa, que é do Prior, terminado o Evangelho, ou o Credo se se canta, omitida a Oração universal, o que vai professar (ou os que vão professar) acerca-se ao centro da arquibancada do presbitério, e ali, depois de ter feito uma inclinação profunda, canta o verso:
Acolhei-me, Senhor, com tua promessa, e viverei: que não fique frustrada minha esperança.. Ao qual responde a Comunidade, de cara ao altar, o mesmo e no mesmo tom. Repetido três vezes este verso por ambas as partes, a Comunidade, inclinada sobre as misericórdias, canta o Glória Pai..., Senhor, tem piedade..., e ora em segredo.
O que vai professar se incorpora ao começar o Como era no princípio, dirige-se pelo lado direito do coro até a cadeira primeira, e, de joelhos ante o monge, que está de pé, e depois ante os demais monges deste coro, diz com voz inteligível: irmão, roga por mim; passando, depois, aos monges do coro esquerdo, faz o mesmo. Depois do qual, a Comunidade se ergue e se volta para o altar; e o que vai professar, de pé ante o meio do altar e voltado para ele, lê, com voz clara e inteligível que todos a ouçam, sua Profissão escrita em pergaminho; uma vez lida, beija o altar e a oferece sobre o mesmo. Prostrado adiante da cátedra aos pés do celebrante, recebe a bênção; enquanto , a Comunidade se inclina sobre as misericórdias. O Prior canta a oração com a mão estendida sobre o professo, e se são variados a diz em plural. Depois o asperge com água bendita. O professo volta a seu lugar.
Na Prece eucarística se faz comemoração do novo professo solene, para que seu oblação fique mais intimamente incorporada ao sacrifício do divino Redentor.
Doação temporária
A Doação temporária se faz no Capítulo, antes de Vésperas, em presença da Comunidade. O novicio, prostrado, pede misericórdia. A uma indicação do Prior, vestido com cogula eclesiástica e estola branca e sentado ante o altar, levanta-se e diz: Suplico por amor de Deus ser admitido à Doação temporária como o mais humilde servidor de todos, se a ti Pai, e à Comunidade vos parecer bem.
Depois, tendo escutado a exortação do Prior, enquanto a Comunidade permanece sentada e coberta, o novicio se adianta e se ajoelha ante a arquibancada do altar. O Prior se levanta e, ajudado pelo Procurador e o Sacristão, tira-lhe a capa e a cogula pequena, dizendo: Que Deus te despoje do homem velho e de suas ações, e lhe põe a cogula longa sem bandas, dizendo: e te revista do homem novo que foi criado por Deus em verdadeira justiça e santidade. Se forem variados, repete o mesmo a cada um.
O novicio lê então a fórmula de Doação, escrita numa folha de papel que tem na mão, e a entrega ao Prior uma vez feita a Doação.
O Prior aceita a doação com estas palavras: E eu, caríssimo irmão, aceito tua Doação no nome de Deus e da Ordem; e, em meu nome e no dos meus sucessores, comprometo-me prover, com coração de pai, a todas tuas necessidades espirituais e corporais, desde que permaneças fiel a tuas promessas. E que a bênção de Deus todo-poderoso, Pai, + Filho e Espírito Santo, desça sobre ti e contigo permaneça para sempre. R/. Amém. Depois da palavra “prometo”, adiciona o tempo da Doação, se se trata da temporal; ou “durante toda tua vida”, se se trata da perpétua. Depois, todos vão ao coro para cantar as Vésperas.
Doação perpétua.
A Doação perpétua se faz em presença de toda a Comunidade, antes de Vésperas. Primeiro, reunida a Comunidade em Capítulo, o doado se prostra ante o Prior, que está sentado e revestido de cogula eclesiástica e estola branca, e pede misericórdia. Levanta-se a uma indicação do Prior, e diz: Suplico por amor de Deus ser admitido à Doação perpétua como o mais humilde servidor de todos, se a ti, Pai, e à Comunidade vos parecer bem.
Ouvida a exortação do Prior, dirigem-se todos à igreja, indo o doado por trás do Prior. O doado se ajoelha na arquibancada do presbitério, estando o Prior de pé adiante dele, e os demais monges em seus lugares de pé, voltados para o altar e talheres. Então o doado lê a fórmula de Doação, e o Prior a aceita e o abençoa.
Depois, enquanto o doado permanece ajoelhado no mesmo lugar, o Prior vai à última cadeira do coro direito e a Comunidade, de joelhos ante as formas, canta o Sub tuum præsidium. O cantor hebdomadario adiciona um versículo, e o Prior recita uma Oração.
Depois, este se deixa a cogula eclesiástica no vestuário e vai a sua cadeira; também o doado vai a sua cadeira, e começam as Vésperas. "
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