"Os irmãos se dedicam ao trabalho nas horas assinaladas, a fim de que, providenciando às necessidades da Casa mediante seu trabalho com Jesus, o filho do Carpinteiro, orientem toda a criação à glória de Deus, e glorifiquem ao Pai ao mesmo tempo que associam ao homem todo inteiro à obra da Redenção. No suor e na fadiga do trabalho acham, efetivamente, uma partícula da cruz de Cristo, por onde, à luz de sua Ressurreição, fazem-se partícipes dos novos céus e da nova terra.
Segundo a antiga tradição monástica, o trabalho é um meio muito eficaz de progresso para a caridade perfeita pela prática das virtudes Pelo equilíbrio que estabelece entre o homem interior e o exterior, o trabalho ajuda também ao irmão a sacar mais fruto da solidão.
Nas obediências, e em tudo o que têm a seu cargo, os irmãos seguem as disposições do Prior e do Procurador, aproveitando seus dotes naturais e os dons da graça no desempenho dos cargos que se lhes encomendem. Assim, pela obediência, aumenta-se a liberdade de filhos de Deus, e com esta submissão voluntária contribuem à edificação do Corpo de Cristo segundo o plano divino.
O Procurador com respeito aos irmãos, bem como o Encarregado de obediência com respeito a seus ajudantes, exerçam sua autoridade com espírito de serviço, de sorte que manifestem a caridade com que Deus os amou. Confiram-nos e escutem-nos gostosos, salva, com tudo, sua autoridade para decidir e ordenar o que tenha que fazer. Assim todos cooperam no cumprimento do dever com uma obediência ativa e cheia de amor.
Unidos a Cristo Jesus, que sendo rico se fez pobre por nós, os irmãos trabalham sempre com espírito de pobreza. Evitam, em especial tudo esbanja, e vigiam para que as ferramentas não se estraguem. Põem, igualmente, sumo cuidado em conservar em bom estado seus instrumentos, e, sobretudo, as máquinas.
O Enfermeiro e também o Cozinheiro, e os que tenham que atender às necessidades especiais dos enfermos, rodeiem de amor aos afligidos pela doença; mais ainda, reconheçam neles a imagem de Cristo paciente, e alegrem-se de poder servir e aliviar a Cristo nos enfermos.
A vida do irmão, em primeiro lugar, ordena-se a que unido a Cristo permaneça em seu amor. Assim, mediante a graça da vocação aplique-se de todo coração a ter a Deus sempre presente, já na solidão da cela, já também em seus trabalhos. "
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