31 outubro 2010

52 -O canto litúrgico

"Modo de cantar e salmodiar

Nossa Ordem reconhece como próprio de sua Liturgia o canto gregoriano.

Devemos participar nos divinos louvores com atendimento e fervor de espírito e estar ante o Senhor não só com reverência, senão também com alegria, não com frouxidão nem sonolência, nem poupando a voz, nem mutilando os vocábulos, senão pronunciando com tom e afeto varonil, como é devido, as palavras do Espírito Santo.

Guardem-se a simplicidade e cadência no canto, para que esteja impregnado de gravidade, e fomente a devoção; já que devemos cantar e salmodiar ao Senhor tanto com o coração como com os lábios. Será ótima nossa salmodia se nos apropriamos o mesmo afeto íntimo com que foram escritos os salmos e cânticos.

Evitem-se na salmodia a lentidão e a precipitação. Cante-se com voz plena, viva e ágil, de sorte que todos possam salmodiar devotamente e cantar com atendimento, sem dissonâncias, com afeto e perfeição.

Na mediante fazemos uma boa pausa. Comecemos e concluamos todos a um tempo o princípio, a divisão e o fim do versículo. Ninguém se permita adiantar-se aos demais nem apressar-se; cantemos todos a uma, todos a uma façamos as pausas, escutando sempre aos outros.

Em toda leitura, salmodia ou canto, não descuidemos acentuar e concertar bem os vocábulos, quanto seja possível, porque o entendimento capta e saboreia ao máximo o sentido, quando se pronuncia com propriedade.

É sumamente conveniente que se forme bem aos noviços no canto e são dignos de louvor os que, depois de sair do noviciado, nunca descuidam tal estudo.

Nas Casas da Ordem celebre-se cantado tanto o Ofício do dia como o da noite, sempre que assistam ao coro ao menos seis padres hábeis.

Os chantres, que estão à frente de cada coro devem ser peritos para poder dirigir bem e oportunamente aos demais na salmodia e canto na forma dita, mas sob a direção e autoridade do Prior. É ademais dever seu corrigir com modéstia os que cantam demasiado lenta ou apressadamente, ou de modo diferente a como está prescrito, mas é melhor do que o façam fora do coro.

Os chantres, em seu coro, sobem ou baixam o tom dos salmos e de todo o canto do Ofício divino, quando pareça conveniente, com o fim de que todos possam cantar comodamente.

Nenhum outro, estando eles presentes, pode corrigir o canto do coro, exceto o Prior ou, em sua ausência, o Vigário.

Perseveremos, pois, nesta maneira de salmodiar, cantando em presença da Santíssima Trinidade dos santos Anjos, inflamados em divino temor e íntimos anseios de Deus. Que o canto eleve nosso espírito à contemplação das realidades eternas, e que a harmonia de nossas vozes aclame jubilosa a Deus nosso Criador. "

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