05 abril 2010

Um Testemunho da Ressurreição



"Na Solenidade da Encarnação do Verbo de Deus. Um Noviço Português professou os seus primeiros votos, de Estabilidade, Obediência e Conversão de Costumes - Frei Paulo José Fonseca. 43 anos, Licenciado em Económicas, trabalhava em Albufeira. Fez a profissão na Missa conventual, presidida pelo Rev Prior da Cartuxa Frei Pedro Castro com a Comunidade e assistência de seus familiares e alguns amigos da Ordem. Emitiu os votos monásticos de Obediência, Estabilidade e Conversão de Costumes, enquanto os religiosos mais modernos fazem votos de Obediência, Castidade e Pobreza.

 
Scala Coeli cumpre este ano o cinquentenário do seu restauro. A celebração deverá ter lugar com uma Missa solene no dia 14 de Setembro. Presidida pelo Sr Arcebispo D. José Alves e acompanhada, seguramente, pelo clero eborense e amigos da Cartuxa.

 
O Noviciado na Cartuxa.

Quem, ardendo em amor divino, deseja abandonar o mundo e captar as coisas eternas, quando chegam a nós recebamo-los com o mesmo espírito. É, pois, muito conveniente que os noviços encontrem nas Casas onde têm de ser formados, um verdadeiro exemplo de observância regular e de piedade, de guarda da cela e do silêncio, e também de caridade fraterna. Se chegasse a faltar isto, mal se poderá esperar que perseverem em nosso modo de vida. Aos que se apresentem como candidatos, se os tem de examinar atenciosa e prudentemente, segundo o aviso do apóstolo São Joãon : Examinai se os espíritos vêm de Deus. Porque é realmente verdadeiro que da boa ou má admissão e formação dos noviços depende principalmente a prosperidade ou decadência da Ordem, tanto na qualidade como no número das pessoas. Expõe-se ao candidato o fim de nossa vida, a glória que esperamos dar a Deus por nossa união com sua obra redentora, e que bom e gozoso é deixá-lo tudo para aderir-se a Cristo. Também se lhe propõe o duro e áspero, fazendo-lhe ver, quanto seja possível, todo o modo de vida que deseja abraçar. Se ante isto segue decidido, oferecendo-se com sumo gosto a seguir um caminho duro, fiado nas palavras do Senhor, e desejando morrer com Cristo para viver com Ele, por fim se lhe aconselha que, conforme ao Evangelho, se reconcilie com os que tiverem alguma coisa contra ele. O noviciado se prolonga durante dois anos ; tempo que o Prior pode prorrogar, mas não mais de seis meses. Não se deixe aplanar o noviço pelas tentações que costumam espreitar aos seguidores de Cristo no deserto ; nem confie em suas próprias forças, senão mais bem espere no Senhor, que deu a vocação e levará a termo a obra começada.


A Profissão.

Morto ao pecado e consagrado a Deus pelo baptismo, o monge pela Profissão se consagra mais plenamente ao Pai e se desembaraça do mundo, para poder tender mais retamente para a perfeita caridade. Unido ao Senhor mediante um compromisso firme e estável, participa do mistério da Igreja unida a Cristo com vínculo indissolúvel, e dá depoimento ante o mundo da nova vida adquirida pela Redenção de Cristo. Findo laudavelmente o noviciado, o noviço converso se apresenta à Comunidade. Prostrado em Capítulo pede misericórdia e suplica por amor de Deus ser admitido à primeira Profissão em hábito dos professos, como o mais humilde servidor de todos. Depois de ter feito pelo menos oito dias de retiro espiritual, o dia estabelecido, o irmão renovará sua petição ante o Convento. Então o Prior o admoestará sobre a estabilidade, a obediência, a conversão de costumes e restantes coisas necessárias ao estado de conversos. Depois, emitirá na igreja a Profissão por três anos. Tem-se de tentar absolutamente que o irmão, ao emitir seus votos, proceda com maturidade de juízo, e não se comprometa senão com plena liberdade. O dia assinalado, o que vai professar emite a Profissão na Missa conventual, depois do Evangelho ou o Credo. Então, realmente, a entrega de si mesmo que pretende fazer com Cristo, através do Prior é aceitada e consagrada por Deus. O que vai professar escreva por si mesmo em língua vernácula a Profissão nesta forma e com estas palavras: Eu, frei N., prometo… obediência, conversão de meus costumes e perseverança neste ermo, diante de Deus e dos seus Santos e das relíquias deste ermo, construído em honra de Deus e da bem-aventurada sempre Virgem Maria e de São Juan Batista, na presença de Dom N., Prior. Se se trata da Profissão temporária, adicionem-se depois de "prometo", as palavras que limitem o tempo ; se da Profissão solene, diga-se "perpétua". É de saber que todos nossos ermos estão dedicados, em primeiro lugar, à bem-aventurada sempre Virgem Maria e a São Juan Batista, nossos principais patronos no céu. Desde o momento de sua Profissão, saiba o irmão que não pode ter coisa alguma sem licença do Prior, nem ainda a bengala em que se apoia quando caminha, já que já não é dono nem de si mesmo. Dado que todos os que determinaram viver regularmente têm de praticar com grande zelo a obediência, nós o faremos com tanta maior entrega e fervor, quanto mais estrita e austera é a vocação que abraçamos ; pois se, o que Deus não permita, esta obediência faltar, tantos trabalhos careceriam de mérito De aqui que Samuel diga: Melhor é obedecer do que sacrificar, e melhor a docilidade do que a gordura dos carneiros. "

Artigo publicado no blog  Sinais do Céu... onde se respira a Santidade na Terra.

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