23 abril 2012

Família - pedra basilar da sociedade

A instituição Família dos dias de hoje, ao contrário da de outros tempos, não muito distantes diga-se a abono da verdade, é permanentemente bombardeada pelos meios de comunicação (especialmente) para a sua destruição, melhor dizendo para a sua extinção, sem exagerar muito no termo usado.
Este assunto ocorreu-me após ter percebido numa conversa informal que duas pessoas estavam a ter ao pé de mim, em que uma delas dizia que se tinha mudado para outra casa porque estava em processo de divórcio com o marido. Até aqui nada de novo, se não fosse o facto de ter dado conta, atendendo ao meu angulo de visão, que apesar disso, a pessoa em questão ainda devia gostar muito do marido, se tal não fosse, já não estaria a usar a aliança de casamento e fazer questão de, delicadamente dançar com a mão enquanto falava, como que a mostrar aquilo que me apercebi. A sua boca dizia uma coisa, mas o seu coração, quase de certeza sentia outra. As suas palavras pesadas estavam carregadas de amargura, mas ao mesmo tempo eram um grito de desespero e um pedido de ajuda.
Não tendo a certeza das razões que a levaram a sair de casa e estar a tratar da separação com o marido, alguma coisa ocorreu. Alguma coisa foi feita, para que chegasse a este ponto. Costumo dizer que numa situação semelhante, a responsabilidade não é só de um, mas não devo ser só eu a ter esta opinião, no entanto, o facto de ainda usar a aliança e fazer questão de a mostrar, no meu modesto entender, demonstra que, para além de ainda ama-lo certamente, está ainda disposta a perdoa-lo.
 Longe vão os tempos em que os anúncios dos jornais, na televisão e mesmo na publicidade nos locais habituais, eram isentos de promiscuidade e segundas intenções. Hoje, já com técnicos habilitados em Técnicas de Marketing, raro é o anúncio, o programa televisivo ou a publicidade em que os valores morais com que muitos de nós crescemos são postos em causa. Para além desses valores com que fomos criados, o verdadeiro amor não só é banalizado e reduzido ao mero ato sexo e ao prazer, como também à perversão, à devassidão e outras palavras semelhantes, sendo que na maioria dos casos são levados ao extremo/ridículo. E por falar em ridículo, lembrei-me agora de um anúncio relativamente recente, onde é anunciado um spray poderoso e desengordurante, o qual termina com um beijo exageradamente lascivo.
Assim, sendo os meios de comunicação, um meio por excelência de veicular o que vai acontecendo pelo pais e pelo mundo, é natural que tudo aquilo que dá audiências seja usado e abusado em prol de um maior share na respetiva medição de audiência. Lamentavelmente, tudo aquilo que não transmite valores, é que dá mais audiência. Lamentavelmente, tudo é permitido, tudo é possível e tudo é relativo. Lamentavelmente, a instituição Família cada vez é mais “apenas uma coisa ou um mero número” e não aquilo que realmente é…Pessoas de carne e osso, com sentimentos, afetos e valores.
Longe vão os tempos em que, sendo quase tudo possível, os valores morais na sociedade eram inabaláveis e tidos como pedra basilar nas famílias. Longe vão os tempos em que o amor era isso mesmo, AMOR. O namoro, ainda que fosse, em alguns casos de vários anos, o futuro casal conhecia-se bem, antes mesmo de trocarem as alianças no dia de casamento. Não quero dizer com isto que tudo fosse perfeito, tudo fosse um mar de rosas, como se diz na gíria mas, ainda que as situações de divórcio não ocorressem com tanta frequência, talvez em parte, por razões financeiras mas, hoje em dia, qualquer situação ainda que medíocre ou de resolução fácil é O motivo para divórcio, aliás, e infelizmente no meu entender, já muitos namorados casam-se mas, já com a premissa de, “se não der certo, separamo-nos”, quando, antes do casamento propriamente dito, deviam conhecer-se melhor. Na verdade, hoje, os namorados conhecem-se muito bem, em termos corporais especialmente mas, no essencial para que o relacionamento dê certo e se prolongue no tempo, quase nada se conhecem. Se perguntarmos a muitos deles, quais os gostos, os desejos ou os sonhos do outro, a maioria ficará a pensar prolongadamente ou mesmo sem resposta.
 Tenho esperança que a conversa informal relatada no 2º parágrafo ainda tenha retrocesso, ainda haja a possibilidade de ser resolvida a bem, na qual ambas as partes se entendam e sintam que o amor que têm um pelo outro é maior do que A causa desta separação…provisoria, desejo.
Tantos casos como este são o pão nosso de cada dia infelizmente, e ninguém está livre de uma situação semelhante, mesmo aqueles que se acham imunes. Tantas famílias destruídas com o patrocínio dos meios de comunicação e demasiadas famílias acabadas por “dá cá aquela palha”.
No que toca à minha, peço a Deus diariamente que continue a ajudar, como tem feito sempre.


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