14 outubro 2010

12 -A solidão

"A nossa principal aplicação e propósito consistem em encontrar Deus no silêncio e na solidão. Aqui, o Senhor e o seu servo conversam frequentemente como dois amigos, a alma fiel une-se muitas vezes ao Verbo de Deus, a esposa convive com o Esposo, as coisas da terra se ligam às do Céu, as humanas às divinas. Mas geralmente é longo o trajeto a percorrer, por caminhos áridos e secos, até chegar à fonte á fonte da água viva.

No entanto, geralmente é longo o caminho de peregrinação por sendas áridas e ressecas até chegar às fontes de águas vivas.

O irmão deve vigiar com atencioso cuidado a solidão exterior, que com freqüência não está protegida pelo retiro do claustro e a guarda da cela. Mas de nada aproveita a solidão exterior se não guarda também sempre a solidão interior, ainda durante o trabalho, bem que sem violência.

Sempre que não assistam ao Ofício divino na igreja nem estejam ocupados nos trabalhos das obediências, os irmãos se retiram a sua cela como ao refúgio mais seguro e calmo do porto. Na qual permanecem com paz e, quanto seja possível, sem fazer nenhum ruído, seguindo fielmente a ordem dos exercícios, fazendo-o tudo na presença de Deus, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, dando por sua médio graças a Deus Pai. Nela se ocupam proveitosamente lendo ou meditando, sobretudo a Sagrada Escritura, que é o alimento da alma, ou se entregam à oração segundo suas possibilidades, não procurando nem aproveitando nenhuma ocasião para sair fora, salvo nas geralmente estabelecidas, ou que procedam da obediência. O homem por natureza foge às vezes do silêncio da solidão e da quietude; pelo qual diz também Santo Agustín: Para os amigos deste mundo não há nada tão trabalhoso como não trabalhar. Também podem às vezes os irmãos, para seu proveito espiritual, dedicar-se a pequenos trabalhos em sua cela, com o consentimento do Procurador.

O primeiro ato de caridade para com nossos irmãos é respeitar sua solidão; se temos permissão para falar de algum assunto em sua cela, evitemos palestras inúteis.

Depois do toque do Ângelus da tarde não vão os irmãos à cela do Prior ou o Procurador sem ser chamados. Depois dessa hora só ficam com os hóspedes os encarregados de servir-lhes Igualmente, quando um está na cela de outro ou em outra parte, quanto ouve esse toque vespertino deve retirar-se em seguida a não ser que tenha ordem especial de deter-se por mais tempo. "

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