28 outubro 2010

35 -Os Estatutos mesmos

"Prestemos atendimento à disciplina de nossos Padres, renovada e acomodada nestes Estatutos, e meditemo-la continuamente. Não a abandonemos, e ela nos guardará. Amemo-la, e nos protegerá.

Ela é a forma e o sacramento da santidade determinada por Deus para cada um de nós. Mas é o Espírito o que vivifica, e quem não nos permite contentar-nos com a letra. Porque a isto tendem unicamente os presentes Estatutos, a que, guiados pelo Evangelho, percorramos o caminho de Deus e aprendamos a amplitude da caridade.

O que não está expressado nos Estatutos, deixa-se ao arbítrio do Prior, com a condição que suas disposições estejam em harmonia com eles. Não queremos, no entanto, que por este ou outro motivo mudem os Priores facilmente os costumes sãos e religiosos de suas Casas. No entanto, tais costumes nunca poderão prevalecer contra os Estatutos.

Se pecar teu irmão, vê e corrige-o a sós tu com ele, diz o Senhor. Isto requer uma grandíssima humildade e prudência, e é danoso a não ser que se faça movimentado por pura caridade, que não procura seu proveito. Por nossa parte, desejemos também nós ser corrigidos. No entanto, com freqüência será melhor encomendar as advertências ao Prior, ao Vigário ou ao Procurador, que as levarão a cabo segundo se o dite sua consciência e prudência.

Os monges prestem aos Estatutos uma obediência responsável, não por ser vistos como se procurassem agradar aos homens, senão com singeleza de coração, temerosos de Deus. Não esqueçam que uma dispensa sem causa justa, é nula. Ouçam e cumpram também com toda mansidão os preceitos e advertências de seus maiores, sobretudo os do Prior, que faz as vezes de Deus. E se alguma vez erram como homens, não demorem em emendar-se para não dar ocasião ao demônio; mais bem voltem, pelo trabalho da obediência àquele de quem o homem se tinha apartado pela negligência da desobediência.

Contemplando todos os benefícios que o Senhor preparou aos que chamou ao deserto, alegremo-nos com nosso Pai São Bruno de ter atingido o repouso calmo do mais resguardado porto, no que somos convidados a sentir em parte a incomparável beleza do sumo Bem. Gozemo-nos, pois, por nossa feliz sorte e pela abundância da graça de Deus para com nós, dando sempre graças a Deus Pai que nos fez aptos para participar na herança dos santos na luz. Assim seja. "

Sem comentários: